Se sua mulher o decepcionasse profundamente, você iria casar com ela outra vez? Por que, então, os 94% dos eleitores brasileiros que se sentem traídos pelos políticos corruptos, continuariam a votar nos mesmos? É masoquismo crônico ou estupidez atávica reconduzir ao poder gente como Sarney, Maluf, Collor, Temer e caterva, cujos governos aumentaram o déficit fiscal e a desigualdade social, enriquecendo as classes privilegiadas dos três poderes, em lugar de realizar as reformas básicas de cidadania? Votei no Lula na primeira vez e se ainda estou vivo é porque o arrependimento não mata.
O governo atual tenta iludir a boa fé da massa popular prometendo uma reforma política que, se aprovada no Congresso, irá piorar mais ainda nossa pobre democracia. Deputados e Senadores, para compensar a recente proibição do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas, estão aumentando o já milionário fundo partidário custeado pelo dinheiro de nossos impostos. Quer dizer, pedindo perdão pela linguagem chula, o povo tem que pagar ainda mais para ser enrabado! Nunca consegui entender para que serve uma campanha eleitoral, visto que os partidos não têm ideologia nenhuma, prometendo o que jamais cumprem. E o propalado “distritão”, então? Só serviria para garantir a permanência no poder dos chefões dos principais partidos.
A luz no fim do túnel, a meu ver, só poderá aparecer com as eleições de 2018 se, até lá, as forças vivas da Nação conseguissem realizar uma intensa campanha de esclarecimento popular, focando a necessidade de uma renovação completa da classe política. Não canso de dizer que, na atual conjuntura, não há político inocente: quem não é pessoalmente corrupto é cúmplice ou omisso. Os eleitores deveriam tomar consciência de que vender seu voto em troca de um favor qualquer é um péssimo negócio. O político corruptor usará o dinheiro de nossos impostos para se enriquecer, desviando os recursos que deveriam ser destinados às necessidades básicas da sociedade. Somente colocando no poder gente nova, honesta e competente, poderemos realizar as reformas necessárias: política, tributária, previdenciária, trabalhista, educacional. As eleições diretas de 2018 nos fornecerão esta oportunidade. Dois grandes gênios da humanidade, Albert Einstein e Martin Luther King, já nos alertaram: pior de quem faz o mal é quem silencia, não tomando providências!
Salvatore D’ Onofrio é Professor Titular pela Unesp.
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