Há anos o rodeio de Hortolândia estabelecido próximo a empresa EMS no mês de Maio traz a alegria para a população que tem poucas oportunidades de prestigiar grandes atrações como shows, espetáculos ou até mesmo a diversidade cultural que o teatro nos traz.
Em geral, a festa de Rodeio não me agrada, não que eu nunca tenha ido ou que eu não apareça por lá nesse 2014, mas meu interesse nunca foi no evento, vou para ter uma noite agradável ao lado de amigos fazendo idiotices, enchendo a cara ou pelo show do artista que na maioria das vezes é o maior interesse do grande público que esse rodeio atinge.
Adolescentes bêbados, famílias saindo da rotina, em cada canto alguém conhecido pra fingir que não viu, reencontros inesperados e encontros aguardados. Não sei o porcentual de furtos, mas pequeno não há de ser; tem o dia da entrada franca que traz a oportunidade para quem não tem condições financeiras de pagar pelo ingresso e ver qualquer show. A festa é tomada pela população feliz e contente que não tem ideia do que gira em torno de uma festa com tamanha proporção.
Afinal, quem se importa né? O povo vive de aparências e se “tá tendo” festa, então é porque está tudo bem.
A Festa de Peão de Hortolândia, claro que por motivos óbvios não se compara as festas de Jaguariúna, Piracicaba, Americana ou Limeira, mas serve pra iludir.
A montaria é abominável. Indigno que se ganhe dinheiro em cima do sofrimento de um animal. Na verdade a estudos não comprovados de que a utilidade do Sedém para que o Boi pule não causa dor, e quem entende de rodeio também diz que não. Bom, eu não acredito e mesmo que fosse verdade, não existe lógica em ganhar dinheiro explorando um animal que esta alí involuntariamente. “Esportezinho” mais medíocre esse, assim como tantos outros que sinceramente me irrita.
Enfim, como dito, é a festa no geral que move o rodeio, a maioria está ali por estar e sobe na arquibancada para lugar garantido na hora do verdadeiro espetáculo, o Show do artista que ganha porque trabalha merecidamente e não por abuso ou por ter sua barriga, genitália, testículos ou o que quiser chamar apertados servindo de atração para uma minoria sem conhecimento.
Mas o ser humano esquece rápido, sente pena mas o resto da festa transfere a atenção. Ter piedade não resolve problema e no final estaremos todos lá, pedindo desconto, aguardando nas filas dos banheiros químicos, comprando chapéus de boiadeiro para fazer parte da massa, gastando a bota de trezentos reais no barro, encontrando quem não quer e terminando mais uma noite nos bailões sertanejos com um copo de vodka na mão.
O problema com os bois agente deixa pra depois, afinal de que adianta reclamar já que não resolve tão pouco traz solução. Em Maio nos encontramos pela Arena ou ostentando no camarote, compartilhando músicas com gírias da moda, dançando com amigos e esquecendo os problemas com as inúmeras latas de cerveja compradas a cinco reais.
GABRIELA PERES
gabrielaspperes@gmail.com
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