O aumento no número de casos de morte por febre amarela nas últimas semanas em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Distrito Federal tem preocupado (e muito) a população. Por isso, é importante estarmos bem informados a respeito.
A febre amarela possui dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos: silvestre e urbano. No ciclo silvestre o homem acaba sendo um hospedeiro acidental. Os casos geralmente acontecem ao entrar em áreas de mata. Já no ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e, por isso, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos infectados, neste caso, o responsável é o mosquito aedes aegypti.
Todos nós sabemos que este mosquito, que tanto causa danos com a dengue em nossa cidade e região, tem sido de difícil controle. Por isso, com o aumento no número de casos da febre amarela silvestre em humanos, nós precisamos estar atentos com a possibilidade de haver uma epidemia urbana da doença, o que culminaria em um elevado número de mortes uma vez que precisamos considerar o tempo necessário para que o problema seja detectado e, posteriormente, aconteça um amplo bloqueio vacinal.
É neste cenário que as entidades integrantes do Fórum da Reforma Sanitária Brasileira já reconhecem que há necessidade de unir esforços para conter a proliferação da doença o mais rápido possível. É preciso garantir a produção e distribuição de vacinas em nível nacional e estar atento em nível municipal com protocolos de atenção clínica aos casos suspeitos e garantir mecanismos de alerta para uma possível epidemia urbana de febre amarela. Não podemos deixar de enfatizar que a médio e longo prazo os melhores investimentos são na qualidade do saneamento básico e a preservação do meio ambiente.
Até primeiro de fevereiro de 2017 foram notificados ao Ministério de Saúde 857 casos suspeitos de febre amarela silvestre. Minas Gerais é o estado com maior número de casos com 770, São Paulo possui sete casos notificados. Foram encaminhadas 7,5 milhões de vacinas com objetivo de programar estratégias de vacinação nos estados afetados. Destas, só 700 mil vieram para o estado de São Paulo. Desta forma precisamos estar atentos e exigir vigilância e investigação para que a transmissão urbana da febre amarela não ocorra em nossa região.
*Maria Giovana Fortunato é sanitarista e vereadora em Americana
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