Esta semana o programa Domingão com Huck da rede globo, em seu quadro “Quem quer ser um milionário” fez a pergunta de um milhão de reais, o participante era o Clécio, um metalúrgico piracicabano de 61 anos que declinou de responder e encerrou o programa com 500 mil reais no bolso !
Ao iniciar o programa ele já falou sobre a origem tupi-guarani do nome de sua cidade, Piracicaba: lugar onde o peixe para ! Qualquer pessoa sabe disso? Claro que não !
Sua filha Patrícia que o acompanhava já alerta: Ele é muito curioso!
Te pergunto, leitor: Qual a origem do nome Hortolândia?
Muitos hortolandenses desconhecem, mas conhecer isso me gabarita a ganhar um milhão em um programa de perguntas e respostas ?
Óbvio que não !
Mas o que me auxilia a me dar bem em um programa como este?
Curiosidade !
Quem assistiu ao filme ficcional que leva o mesmo nome do quadro da rede globo, lembra da história de Jamal, um menino pobre, que na índia conseguiu o prêmio, mas por ser muito pobre teve que provar que não havia trapaceado, ele era apenas um curioso com boa memória, e normalmente os curiosos tem boa memória, pois estas duas habilidades caminham juntas.
Clécio, nosso Jamal, acertou questões sobre sambas de enredo, botânica, programas de TV, novela, artistas, ciência, literatura, guerras e tratados e a última pergunta, a pergunta do milhão: Quando e onde foi tirada a primeira fotografia ?
Estávamos jantando, silêncio total, quem veio pra sala, trouxe o prato na mão, com o resto da maionese de domingo. A pergunta de um milhão foi feita, e como sempre fazemos, nos colocamos no lugar do ganhador: O que eu faria com um milhão de reais? Mas a pergunta que deveríamos nos fazer neste momento seria: Eu acertaria a resposta?
Momento de frustração, eu não acertaria. Acertei algumas anteriores a esta, mas de nada vale se não posso acertar a de um milhão, queria acertar a de um milhão pra poder dizer: Nossa, se fosse eu heim! Mas me silenciei, não saberia a resposta e se eu chutasse a reposta e errasse, poderiam pensar, que até agora eu estava chutando e perderia toda a credibilidade que conquistei desde que ligamos a TV, se Clécio chutasse e errasse perderia um bom dinheiro, o que pra mim é a mesma coisa, credibilidade vale ouro !
Foi então que meu irmão, ávido por cidades e ruas, acertou a pergunta, enquanto Clécio decidia, parar o seguir.
Hercules Florence! Bradou meu irmão em voz alta: Tem uma rua em Campinas que se chama Hercules Florence, que era conhecido como o “Pai da fotografia”. Ora então a resposta possível é o país onde ele nasceu, o ano pouco interessava, pois as respostas eram compostas pelo ano e o país da primeira fotografia. Excelente correlação, a curiosidade que ele tem por ruas e suas histórias poderia tê-lo auxiliado a ganhar um milhão de reais, caso ele estivesse no palco. Torço silenciosamente para que ele erre.
Clécio desistiu e fez bem, pois erraria a resposta.
Meu irmão acerta, olha pra mim com desdém e diz: Essa você não sabia né, assuma! Ele sabe que não sei, pois se eu soubesse teria pulado gritando, como se fosse colocar as mãos naquela grana.
Pessoas como Clécio, Jamal ou meu irmão estão acabando, a curiosidade está cada vez menor, a apatia pelas coisas está em declínio neste tempo de informações rápidas e rasas. Muito “tanto faz”, pra pouco “vou ler sobre isso” . Conhecimento, cultura e curiosidade não servem apenas pra ganhar um programa de TV, serve pra ganhar potência de vida, pra ganhar o despertar sobre um assunto novo, para se silenciar no momento certo como eu fiz. Serve também pra deixar seu irmão mais novo com brilho nos olhos pensando, quero ser igual a ele, assim como eu fiquei. Domingo que vem seguiremos nossa aposta velada e eu vou ganhar.
Onde e quando foi tirada a primeira fotografia?
por Lineu Santos
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