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A Falta da Filosofia “Ganha-Ganha” em Hortolândia

Em Hortolândia, uma cidade em pleno crescimento na Região Metropolitana de Campinas, observa-se um cenário preocupante no setor de eventos e comercio: a ausência da filosofia “ganha-ganha” entre produtores, empresários, artistas e mídias locais. Essa mentalidade — que deveria ser base para o desenvolvimento coletivo e sustentável do setor — é frequentemente substituída por práticas imediatistas e individualistas, que minam o potencial criativo, econômico e social da cidade.

A filosofia “ganha-ganha”, popularizada por Stephen R. Covey, preconiza que todos os envolvidos em uma negociação ou parceria devem sair beneficiados, criando um ecossistema de confiança, colaboração e crescimento mútuo. No entanto, o que se observa em Hortolândia é um modelo excludente, no qual produtores se preocupam apenas com o próprio lucro, ignorando a valorização de artistas locais, fornecedores justos e parcerias sustentáveis.

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Artistas regionais enfrentam dificuldades para se apresentar nos poucos palcos disponíveis, que são quase sempre ocupados por nomes externos ou controlados por um pequeno grupo de promotores que, em vez de abrir espaço para novos talentos, preferem manter o monopólio cultural. Pequenos fornecedores, mídias e técnicos locais também são frequentemente ignorados em favor de contratos com empresas de fora — muitas vezes mais caras — apenas por questões de “status” ou conchavos comerciais.

Além disso, há uma falta crônica de transparência, diálogo e compromisso com o desenvolvimento cultural da cidade. Muitos eventos são organizados sem considerar a realidade econômica do público local, com ingressos inacessíveis, pouca acessibilidade e ausência de contrapartidas sociais. Isso distancia a população das iniciativas culturais e transforma a arte em um produto elitista, quando ela deveria ser ferramenta de inclusão, transformação e identidade comunitária.

A ausência do “ganha-ganha” não prejudica apenas artistas e microempreendedores — ela prejudica toda a cidade. Quando o mercado de eventos se fecha para novas ideias e se sustenta em modelos egoístas, perde-se a chance de criar uma cadeia produtiva sólida, gerar empregos, promover o turismo cultural e construir uma cena artística vibrante que orgulhe os moradores.

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Hortolândia tem talento, tem público, tem potencial. O que falta é visão de futuro e coragem para abandonar a velha lógica do “ganha-perde” — onde um lado lucra enquanto o outro é explorado ou invisibilizado — e adotar uma postura mais ética, colaborativa e inteligente. Só assim será possível construir uma economia criativa forte, diversa e sustentável.

Se os empresários, produtores e mídias locais compreenderem que cooperar é mais lucrativo do que competir de forma predatória, Hortolândia poderá deixar de ser apenas palco para eventos pontuais e se tornar, de fato, um polo cultural respeitado na região.

Por: Uberdan Agnelo

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