Coluna

A arte da vida em A Bela e a Fera

Em destaque mundial pela atual versão da Disney para o cinema em live action, ‘A Bela e a Fera’, tradicional conto de fadas francês do século XVIII, já recebeu diversas versões em livros, teatro e cinema. É curioso verificar como seus personagens podem ser vistos como possibilidades de lidar com a vida.

A jovem Bela, por exemplo, ambiciona sair de sua modesta aldeia, mas não a qualquer preço, e aceita se sacrificar pelo pai, para vê-lo fora da mansão da Fera. Esta, por sua vez, originalmente um jovem mimado, necessita despertar um amor verdadeiro para se redimir. Já Gaston é aquele  que admira a si mesmo, ama ser admirado e não tolera negativas.

O maître Lumière, transformado em candelabro pela bruxa, porta a luz que nunca o deixa perder a esperança da Fera voltar a ser Príncipe – e não economiza engenho e arte para conseguir que a Bela e a Fera fiquem juntos. O mordomo Horloge, em forma de relógio, tem medo do patrão – e isso inibe seu potencial criativo e medo de arriscar.

Cada um dos outros personagens também tem o seu papel nesse caldo de personalidades. Se o empresário honesto tem que ter ambição de Bela, o artista criativo precisa controlar seu lado Gaston para deixar Lumiére vir à tona com força, sem se deixar tolher pelos argumentos de Horloge que limitam a maravilhosa capacidade humana de sonhar.

Oscar D’Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.

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