São Paulo

São Paulo: centro do desenvolvimento do feijão brasileiro

O feijão, verdadeiro pilar da culinária brasileira, é mais do que apenas um alimento. É uma tradição, uma herança cultural e uma fonte essencial de nutrição para milhões de brasileiros. Celebrado globalmente no dia 10 de fevereiro como o Dia Mundial das Pulses, em reconhecimento ao papel crucial das sementes secas de leguminosas na alimentação, o feijão é uma parte integrante da identidade gastronômica do Brasil.

Entre os variados tipos de feijão cultivados e consumidos no país, destaca-se o feijão carioca, responsável por 66% do consumo nacional. Surpreendentemente, apesar do nome, essa variedade tem origens paulistas, especificamente no município de Palmital. Sua história remonta a mais de cinco décadas, quando um produtor local identificou um grão com características únicas em sua lavoura. Essa descoberta levou ao desenvolvimento do que hoje é uma das variedades de feijão mais populares do Brasil.

O Instituto Agronômico (IAC-Apta), ligado à Secretaria de Agricultura de São Paulo, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Desde a década de 1970, o instituto tem trabalhado incansavelmente no desenvolvimento de novas variedades de feijão, não apenas cariocas, mas também pretos, rajados, vermelhos e outros, adaptados para atender tanto o mercado interno quanto o externo.

“Os trabalhos do programa de melhoramento genético de feijoeiro do IAC não param. Esses novos materiais trazem uma nova diversidade de tipos de feijão para o consumo estadual e nacional, como também fomentam a abertura de novos mercados, voltados principalmente para a exportação”, comenta o pesquisador Alisson Fernando Chiorato, do IAC-Apta.

Além de aumentar a diversidade de cultivares, o programa também se concentra em características que promovam a sustentabilidade e a produtividade. “Além da precocidade, que demanda menos uso de água, a resistência às principais doenças da cultura permitem ao agricultor utilizar menores quantidades de defensivos, reduzindo seu custo de produção e gerando alimentos mais saudáveis”, acrescenta o pesquisador.

Esses esforços têm contribuído significativamente para a produtividade do estado de São Paulo, que lidera o país com uma média de 2.100 quilos por hectare de feijão. Graças às tecnologias desenvolvidas pelos institutos de pesquisa, a produtividade média por área aumentou consideravelmente ao longo dos anos, passando de 400 quilos por hectare em 1974 para 1.130 quilos por hectare em 2020.

Neste contexto, o feijão não é apenas um alimento, mas também uma parte fundamental da identidade nacional e um símbolo de segurança alimentar para a sociedade brasileira. Com sua rica história e seu valor nutricional inestimável, o feijão continua a desempenhar um papel vital na garantia do bem-estar e da saúde da população brasileira.

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