A acusação partiu do adolescente de 15 anos que, posteriormente, confessou ter estuprado a criança, encontrada morta dentro da caixa d’água da escola
O zelador C. B. S., de 48 anos, afirmou em boletim de ocorrência ter sido agredido por moradores do bairro onde reside, no Jardim Basilicata, após ser acusado injustamente de ter estuprado o menino Kauã Henrique Vicente Bueno de Souza, de apenas seis anos, encontrado morto dentro da caixa d’água de uma escola municipal no Jardim Picerno, em Sumaré.
Ele foi acusado pelo adolescente J. S., de 15 anos, que, posteriormente, confessou ter estuprado a criança, mas negou o homicídio. Antes de confessar o crime, segundo a família da criança, o menor chegou a acusar o proprietário da LAN House, local onde a criança foi vista por último.
Segundo o zelador, os agressores são desconhecidos e não seriam da família da criança.
A perícia técnica realizou exames e periciou o veículo do zelador, um Palio, e contatou que não existia nenhum indício da participação dele no crime. Ele foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde passou por exame de corpo de delito.
CONFISSÃO
O adolescente confessou na tarde de quarta-feira que estuprou o menino Kauã. Apesar de confessar o estupro, o adolescente nega que tenha matado a criança. A revelação causou tumulto na Delegacia de Defesa da Mulher. Familiares e populares tentaram linchar o menor, mas foram contidos pela Polícia Militar. Ele foi apreendido e encaminhado a Fundação Casa.
De acordo com o delegado Pedro Sérgio Garcia Cortegoso, na tarde desta quarta-feira, o menor teria confessado ao pai que estuprou a criança. Devido a pressão que o menor estava sofrendo da população do bairro, que já desconfiava dele, o genitor acionou uma viatura da PM e contou a revelação.
O adolescente e o pai, que trabalha recolhendo materiais recicláveis, foram levados para a DDM onde prestaram depoimento. Para o delegado, o adolescente contou que foi até a lan house onde estava a criança.
Após falar com o menino, segundo o menor, Kauã teria perguntado se ele tinha dinheiro para “jogar” na lan house. Em seguida, o adolescente mostrou para a criança uma nota de R$ 2 e saiu, sendo seguido por Kauã.
Ainda segundo o depoimento, informado pelo delegado à imprensa, os dois entraram na quadra da Escola Municipal Professora Martha Smolli Domingues, onde, segundo o adolescente, a criança teria “se oferecido”. Após o estupro, Kauã teria subido até a caixa d’água para nadar e o menor teria continuado na quadra.
O adolescente afirma que percebeu que Kauã estava se afogando e tentou ajudar, mas não obteve êxito. O laudo pericial, segundo o delegado, constatou que Kauã morreu de afogamento, porém, exames mais aprofundados apontarão se existem outras marcas de violência que mostrem que Kauã tenha sido afogado pelo adolescente e não de forma acidental.
Após o caso, o adolescente teria voltado para sua residência, por volta das 23h do domingo.
Segundo o delegado, a Polícia Civil investiga se existe a possibilidade da participação de terceiros. Para Karen Bueno de Souza, mãe da criança, o adolescente não agiu sozinho. “Meu filho tinha medo de altura, ele não iria conseguir subir. Esse menino teve a ajuda de mais gente”, afirmou a mulher, que se sentou em frente a viatura para impedir a saída do acusado.
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