O vereador de Hortolândia Valdeci de Jesus Oliveira (PROS), condenado a 16 anos e oito meses de prisão por um estupro cometido contra um sobrinho de 16 anos em 2005, continua foragido, segundo informações da Polícia Civil. O mandado de prisão foi cumprido pela Polícia Civil no dia 19 de dezembro e até o fechamento desta reportagem, o vereador ainda não havia sido encontrado.
De acordo com a Câmara Municipal de Hortolândia, o vereador só perderá o mandato após o recesso, sendo assim, continua recebendo normalmente seu salário. “O vereador Valdeci de Jesus (PROS) continua recebendo normalmente seu salário, e de acordo com o nosso Departamento Jurídico isto não é ilegal. O parlamentar é apenas obrigado a comparecer nas sessões ordinárias, e como elas só retornam no dia 03 do mês que vem, a perda do mandato dele só vai ocorrer, automaticamente, a partir de então”.
A assessoria de imprensa da Casa ainda informou o nome do substituto de Valdeci. “Enquanto isso, ele continua sendo vereador e, portanto, recebendo seu salário. Assim que ele for cassado, quem assumirá a cadeira dele neste Legislativo, será o aposentado Antonio Barros de Lima (PHS), de 58 anos”
CRIME
O primeiro estupro teria acontecido no dia 3 de abril de 2005, também na cidade de Hortolândia e, segundo informações, a vítima é sobrinho do vereador. Ao decorrer do processo, o parlamentar foi condenado a 20 anos de prisão. Entretanto, ele conseguiu recorrer e diminuir a pena para 16 anos e oito meses. ´
Segundo os investigadores, a mulher sabia do processo e teria contado aos agentes durante o cumprimento do mandado que o marido havia viajado para a casa da mãe, em Minas Gerais. Os policiais pediram para que a esposa ligasse para o vereador, que ao atender, confessou que havia fugido.
Os policiais já havia “campanado” a casa do vereador na manhã do dia anterior, sendo assim, eles acreditam que Valdeci tenha percebido e aproveitado para fugir antes de ser preso. “Agora ele é considerado foragido da Justiça”, enfatizou a Polícia Civil.
A Polícia Civil pediu a quebra do sigilo bancário e mandados de busca em todos os locais onde ele possa estar escondido. O vereador cumpria mandato pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social), eleito com 2.479 votos.
ADVOGADO
O advogado Marcelo Valdir Monteiro, que cuida do caso do vereador afirmou que a denúncia de crime sexual, segundo o próprio vereador, teria motivações políticas. O jurista conversou com a reportagem na tarde de terça-feira.
“Nós iremos recorrer, será uma revisão criminal. A vítima antes do julgamento chegou a protocolar uma carta falando que o caso não existiu estupro”, contou o advogado a reportagem. “Além disso, o pai da vítima e o tio também forneceram declarações dizendo que não houve estupro”, completou.
O jurista ainda informou à reportagem que, quando conversou com o vereador, o mesmo teria afirmado que, em 2005, quando houve a acusação de estupro, o fato teria sido um golpe de oposicionistas que, na época, queriam prejudicar o vereador, líder comunitário. “Ele era liderança e fizeram uma coisa para prejudicá-lo”, contou o advogado.
Mesmo contrariando as informações do processo, onde é afirmado que o vereador cometeu o estupro, ou seja, houve conjunção carnal, o jurista afirma que o exame de corpo de delito deu negativo. A reportagem tentou contato com a Polícia Civil de Hortolândia, mas ninguém foi encontrado.
“Vamos recorrer, o laudo deu negativo, a vítima disse que não existiu estupro, o tio também, mas o que vale é a palavra do juiz, que não reconheceu essas provas no processo”, enfatizou. “São elementos novos que nos levam a revisar o processo”, informou.
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