Segundo o site sifuspesp, no último domingo, dia 07 de abril, um acontecimento inédito abalou a Penitenciária III de Hortolândia. Aproveitando o horário das visitas, um drone foi utilizado para lançar objetos ilícitos no meio da quadra do pavilhão B. Essa não foi a primeira vez que um incidente desse tipo ocorreu na unidade. Dez dias antes, uma tentativa semelhante foi feita, quando uma bola de futebol recheada com aparelhos celulares e carregadores foi lançada, mas acabou recuperada por um Policial Penal após cair no teto da unidade.
Os relatos indicam uma situação caótica, com o pátio lotado de visitantes, incluindo mulheres e crianças, o que impossibilitou a recuperação imediata dos ilícitos. Diante disso, foi solicitada a intervenção do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) para realizar a vistoria após o horário de visitas. No entanto, essa solicitação não foi atendida. Mesmo assim, uma blitz foi realizada pelo corpo funcional disponível na penitenciária.
Nos dias seguintes, o pavilhão B permaneceu trancado e foram executados procedimentos de revista, porém sem sucesso devido ao baixo efetivo da unidade. Somente na quarta-feira pela manhã é que o GIR compareceu à unidade para buscar os ilícitos.
A situação do sistema carcerário na Penitenciária III de Hortolândia é alarmante. Com capacidade para 730 presos, atualmente abriga 1131 detentos, contando apenas com 168 policiais penais, segundo dados da Senappen. É importante ressaltar que esse número não leva em conta afastamentos médicos e desvios de função admitidos pela própria SAP, além de não considerar as aposentadorias ocorridas até o momento.
Um ponto crucial destacado nesse incidente é a falta de um alambrado de proteção sobre os pátios da unidade, o que possibilitou a ação dos criminosos que lançaram os ilícitos com o auxílio de drones. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) já havia solicitado a instalação desses alambrados, ressaltando a importância dessa medida preventiva em todas as unidades, devido à ameaça representada pelos drones.
Essa ação inédita evidencia as fragilidades do sistema carcerário e a ousadia do crime organizado. A Penitenciária III de Hortolândia, hoje, concentra os sentenciados mais perigosos da região, uma vez que as unidades I e II foram transformadas em regime semiaberto. Embora essa transformação crie vagas em unidades com maior segurança, ela também prejudica a segurança do regime fechado, aumentando a superlotação em um contexto de falta crônica de efetivo em todas as unidades.
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