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Um estudo da Unicamp de 2012 aponta que o região de Campinas pode estar na rota de tornados

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Se você acha que tornados são exclusividade de regiões distantes, pense novamente. Um estudo recente revelou que entre 1990 e 2011, o Brasil experimentou pelo menos 205 desses eventos meteorológicos. Surpreendentemente, São Paulo lidera o ranking como o estado mais afetado, seguido por Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

A pesquisa, conduzida pelo geógrafo Daniel Henrique Candido e orientada pela professora Lucí Hidalgo Nunes da Unicamp, desvendou padrões espaciais e temporais desses fenômenos em solo brasileiro. Utilizando uma variedade de fontes, desde pesquisas científicas até relatos e notícias, Daniel desenvolveu um modelo que não apenas confirma a existência desses padrões, mas também cria uma escala para medir os danos causados pelos tornados, especialmente relevantes para as estruturas brasileiras.

Os resultados, como apontado por Daniel, são surpreendentes. Enquanto se esperava que estados como Santa Catarina ou Rio Grande do Sul fossem os mais propensos a tornados devido às suas condições atmosféricas e topografia, São Paulo emergiu como o líder inesperado. O estudo também identificou áreas de alto risco, como Campinas, Indaiatuba e Itu, além da faixa litorânea paulista.

Os tornados no Brasil têm uma peculiaridade em relação a outros lugares do mundo, o que levou Daniel a desenvolver uma escala de medição de ventos específica para o país, a Escala Brasileira de Ventos (Ebrav). Enquanto escalas internacionais como a Fujita e a Torro são eficazes, elas não consideram as características das construções brasileiras, o que torna a Ebrav uma ferramenta valiosa para avaliar danos e riscos em território nacional.

Além de trazer luz sobre a ocorrência de tornados no país, o estudo tem implicações importantes em termos de políticas públicas e planos de contingência. Conhecendo as áreas mais propensas a esses eventos, os municípios podem implementar medidas preventivas e diretrizes de construção mais adequadas, potencialmente salvando vidas.

No entanto, há desafios a enfrentar. A falta de radares Doppler no país dificulta a detecção precoce de tornados, deixando a população com pouco tempo para se proteger. E a confusão com outros fenômenos, como ciclones e trombas d’água, destaca a necessidade de educação e conscientização sobre esses eventos.

Portanto, enquanto os tornados no Brasil podem não ser tão frequentes quanto em outras partes do mundo, sua ocorrência não deve ser subestimada. Este estudo é um lembrete importante de que a preparação e a compreensão dos riscos são essenciais, mesmo em regiões não tradicionalmente associadas a esses fenômenos meteorológicos.

Fonte – Unicamp

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