De forma inadequada e criminosa, a base descentralizada do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) Sumaré ainda é afetada por solicitações de emergência falsas, os conhecidos “trotes”. Estas atitudes afetam diretamente os pedidos verídicos, já que existe a possibilidade de o deslocamento de Unidades de Suporte à Vida (viaturas) e equipe de profissionais da Saúde de forma desnecessária. Felizmente, o número de trotes convertido em atendimentos desnecessários é mínimo, graças aos procedimentos preconizados por portarias do Ministério da Saúde que visam estabelecer as prioridades de atendimento.
Para se ter uma ideia, a unidade SAMU local realiza, em média, 45 atendimento por dia. No mês, são 900 atendimentos de SBV (Suporte Básico de Vida) e cerca de 120 atendimentos da unidade de SAV (Suporte Avançado de Vida). Somados aos serviços de transferências, o SAMU presta cerca de 1.350 atendimentos mensais. A Central de Regulação atende a cerca de 120 trotes por mês, ou seja, 11,2% das ligações recebidas, e menos de 1% delas são convertidas em “saídas” para atendimentos desnecessários.
A coordenadora da base do SAMU Sumaré, Adriana acheco, destaca que o trote é crime previsto no artigo 266 do Código Penal Brasileiro e pode render de um a três anos de detenção e multa. Segundo ela, o perfil de quem faz esse tipo de ligação é diverso, mas os trotes são mais frequentes nos intervalos das escolas. “As piadas ou brincadeiras são as mais comuns. Quando há comunicação de uma situação de urgência inventada, a triagem feita normalmente identifica a falta de relevância da ligação”, contou a profissional.
“Mesmo com todo esse filtro de perguntas, ainda acreditamos que é um número bastante elevado. Num desses deslocamentos movidos por solicitação falsa, alguém vai precisar de um real atendimento que naquele momento o médico regulador vai ter que dizer que não tem ambulância para mandar no momento, porque está, entre aspas, num atendimento hipotético. Daí a importância de as pessoas se conscientizarem que não é legal passar trote para um serviço de urgência e emergência”, explicou.
Seguindo o que preconiza o Ministério da Saúde e atendendo à legislação específica, a frota do SAMU Sumaré é composta por três unidades de SBV e uma unidade SAV. O “RH” é formado por 60 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, condutores e administração.
A equipe passa por constantes treinamentos em “linhas de cuidados” também preconizadas pelo Ministério, como Telemedicina, Acidentes Domésticos, AVC (Acidente Vascular Cerebral), entre outros, além de contar com uma integração com o Hospital Estadual de Sumaré para a realização das capacitações.
ATENDIMENTO
Desde 2008, quando houve a regionalização do SAMU prevista pelo Ministério da Saúde, a Central de Regulação, situada em Hortolândia, atende as ligações telefônicas do número 192 provenientes dos dois municípios: Sumaré e Hortolândia. É esta central que recebe as ligações e “despacha” às unidades das duas cidades.
Vale ressaltar que o procedimento do SAMU estabelece que o primeiro atendimento telefônico da Central de Regulação, seja feito pelo TARM (Técnico Auxiliar de Regulação Médica), que pega as informações básicas, como endereço completo, ponto de referencia, etc, e em seguida passa a ligação para o Médico Regulador, que aplica um questionário de regulação médica.
Todos estes procedimentos são preconizados por portarias do Ministério da Saúde que visam estabelecer as prioridades de atendimento. Após a determinação do tipo de recurso necessário a cada situação, o Médico Regulador passa a ficha de regulação para o Operador de Frota, que determina qual unidade está disponível para realizar cada atendimento, de acordo com a gravidade.
Exatamente por este motivo, é tão importante que o solicitante responda com a máxima precisão possível todas as questões do médico regulador e mantenha a calma durante o processo, pois é nele que se verifica a real necessidade de cada solicitação.
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