Por decisão monocrática da ministra Luciana Lóssio, o Tribunal Superior Eleitoral confirmou hoje a cassação da prefeita de Sumaré, Cristina Bredda Carrara (PSDB), e do vice Luiz Alfredo Dalben (PPS), que já haviam sido condenados pelo TER-SP por abuso de poder econômico na eleição de 2012. Como ambos foram eleitos com menos de 50% dos votos, o deputado estadual professor Tito (PT), que foi segundo colocado na eleição, deverá assumir o cargo de prefeito após a publicação da sentença. Assim que isso ocorrer, os políticos cassados deverão ser notificados e a nomeação de Tito marcada. Cabe salientar que Cristina e Dalben podem apresentar ainda pedido de agravo ou embargo, em tentativa de reverter a decisão.
“Vamos aguardar a conclusão do processo antes de falar na qualidade de prefeito, mas acredito que a Justiça está corrigindo um erro cometido na eleição pela prefeita cassada, que vinha se mantendo no cargo por força de liminar.
Vamos aguardar agora, de maneira tranquila, os próximos encaminhamentos da Justiça Eleitoral”, diz o deputado Tito.
ENTENDA O CASO
A cassação ocorreu porque o TRE considerou correta ação movida pelo Partido dos Trabalhadores contra a coligação de Cristina por abuso de poder econômico: o jornal “A Cidade” foi criado exclusivamente para as eleições e usado para veicular notícias favoráveis à coligação da família Dalben e de Cristina, além de atacar a oposição durante a campanha eleitoral.
De acordo com a sentença do TRE, o periódico “foi distribuído gratuitamente por cinco edições com tiragem de cinco mil exemplares cada, durante o período eleitoral e depois descontinuado”. Além disso, após o pleito, o responsável pela eleição assumiu cargo público, nomeado pela gestão prefeita.
Professor Tito – Filho de agricultores, Francisco de Assis Pereira de Campos (mais conhecido como professor Tito) nasceu em Piracicaba, trabalhou no campo, fez colégio agrícola em Rio das Pedras e foi funcionário publico na ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Mudou-se para Sumaré em 1979 para estudar Filosofia e Teologia no Seminário dos Capuchinhos, e fixou moradia na cidade. Atuou em vários movimentos sociais e religiosos no estado de São Paulo.
Em Sumaré, lutou por moradia, água, transporte e saneamento básico. Trabalhou como professor de Filosofia na rede estadual e foi secretário municipal de obras e de governo da cidade. Candidato a deputado estadual pelo PT em 2010, teve 66.011 votos, dos quais 39 mil em Sumaré, o que lhe garantiu a uma suplência.
Em 2012 concorreu à prefeitura de Sumaré e foi o segundo mais votado, com 46.513 votos (38,44%) . Em 2013, após um parlamentar do PT deixar o cargo por ter sido eleito prefeito, assumiu como deputado estadual. Na Alesp, é um parlamentar atuante e coordenador das Frentes da Segurança Alimentar , da Reforma Agrária e Agricultura Familiar e, por meio de emendas, destinou mais de R$ 2 milhões a Sumaré. Seu mandato na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) tem como objetivo ser um instrumento na busca de mais igualdade e melhores condições de vida para a população.
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