A Unicamp enfrenta a maior sobrecarga por leito hospitalar entre os hospitais de clínicas do interior de São Paulo, com média de 4,4 mil pessoas atendidas pelo SUS para cada leito disponível. O dado foi revelado em levantamento da Diretoria Executiva da Área da Saúde (Deas) da própria universidade.
Com 560 leitos somando o Hospital de Clínicas (HC) e o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), a Unicamp atende a uma população de 2,4 milhões de pessoas da região de saúde de Campinas, todas dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Desproporção entre leitos e demanda regional
De acordo com a Deas, a Unicamp é a segunda com menos leitos entre os hospitais universitários do interior paulista, mas a que atende a maior população. Esse cenário resulta em um número alarmante: 4.403 usuários do SUS por leito, mais que o dobro da média registrada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que possui uma proporção de 2.100 pessoas por leito.
A alta concentração populacional e a limitada infraestrutura hospitalar da universidade aumentam a pressão sobre profissionais de saúde, estrutura física e qualidade do atendimento. Essa situação expõe a necessidade urgente de reforço estrutural na rede pública da região.
Governo anuncia novo hospital, mas especialistas pedem foco em alta complexidade
Em junho de 2025, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou a construção de um novo hospital regional na área de Campinas, com previsão de até 400 leitos. O objetivo é ampliar a capacidade de atendimento do SUS e reduzir a pressão sobre a Unicamp.
Para o diretor executivo da Área da Saúde da Unicamp, Luiz Carlos Zeferino, o novo hospital só cumprirá esse papel se estiver capacitado para casos de alta complexidade, que representam grande parte das demandas atualmente absorvidas pelo HC da universidade.
“O hospital precisa absorver casos de maior complexidade. Apenas um reforço em casos simples não resolverá o problema estrutural”, afirmou Zeferino.
Panorama da região de saúde de Campinas
A região de saúde de Campinas inclui 42 municípios, com destaque para cidades como Hortolândia, Sumaré, Americana, Indaiatuba e Valinhos. Essa área concentra polos industriais e tecnológicos, mas ainda sofre com limitações no atendimento hospitalar público, especialmente em unidades de referência.
A média nacional recomendada pela OMS é de 2,5 leitos por mil habitantes. No caso da Unicamp, essa proporção fica em torno de 0,23 leitos por mil habitantes, muito abaixo do ideal. A sobrecarga compromete a eficiência dos atendimentos, o tempo de internação e a própria rotatividade de vagas.
O que pode ser feito?
Entre as alternativas para aliviar a sobrecarga hospitalar da Unicamp estão:
- Ampliação de leitos hospitalares na própria universidade ou em hospitais da rede estadual;
- Construção de novas unidades com foco em alta complexidade;
- Fortalecimento da atenção básica nos municípios da região;
- Reforço no financiamento federal e estadual para hospitais universitários;
- Integração entre rede primária e terciária de saúde com regulação eficiente.
Imagens e dados
A imagem abaixo mostra a estrutura atual do Hospital de Clínicas da Unicamp:
Alt text: Fachada do Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas
📌 FAQ – Unicamp e sobrecarga hospitalar
Quantos leitos a Unicamp tem atualmente?
Atualmente, a Unicamp possui 560 leitos, somando os do Hospital de Clínicas e do Caism.
Quantas pessoas dependem do SUS na região de Campinas?
Cerca de 2,4 milhões de pessoas dependem do SUS nos municípios abrangidos pela região de saúde de Campinas.
O novo hospital anunciado em 2025 vai resolver o problema?
Segundo especialistas, apenas se o hospital for preparado para atender casos de alta complexidade, poderá ajudar significativamente a reduzir a sobrecarga da Unicamp.
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