Fãs cobram agilidade da polícia na investigação da morte de MC Daleste

Grupo protestou em Campinas com faixas e camisetas com foto do cantor.
Encontro ocorreu no Largo do Rosário e depois seguiu até o 1° DP.

Fãs do MC Daleste protestaram neste domingo (8) na região central de Campinas (SP) para cobrar a conclusão e agilidade nas investigações sobre o assassinato do funkeiro. Além disso, o grupo pede a intervenção da polícia de São Paulo (SP). Após a morte do cantor Daniel Pellegrine, de 20 anos, que ocorreu há dois meses durante um show no CDHU San Martin, foram feitas ao menos quatro marchas na cidade e na capital para reivindicar o esclarecimento do assassinato. Nas ocasiões os participantes também solicitavam reforço na segurança durante a realização de bailes na periferia.

A concentração do grupo formado por pelo menos 30 pessoas durante esta tarde ocorreu no Largo do Rosário por volta das 14h. Depois os manifestantes seguiram cantando pelas ruas 13 de Maio e Andrade Neves. Eles usaram cartazes, faixas e camisetas com a foto do cantor.

Segundo uma das organizadoras do ato Marcia Silva de Melo, que vestia boné e acessórios do cantor, a maioria dos participantes vieram de São Paulo com o objetivo de tentar falar com algum representante da polícia. “Viemos cobrar da polícia o andamento em relação as investigações e vamos ficar em frente a delegacia para tentar conseguir essa resposta”, explica.

“Todo o baile funk ficou mais triste. É um absurdo um crime como esse ainda estar sem resposta. Não existe crime perfeito“, disse o cantor MC Eco. “Desde que o Daleste morreu penso todos os dias em quem matou ele”, lamentou a estudante e fã do funkeiro Angélica Ferreira, de 15 anos.

Os manifestantes pararam em frente ao 1° Distrito Policial, no bairro Botafogo, por volta das 16h para pedir justiça e solicitar uma conversa com algum representante da polícia, mas ninguém atendeu às solicitações. Diante da falta de diálogo, o grupo decidiu voltar para São Paulo por volta das 16h30.

Sem solução
O pai do funkeiro, Rolland Pellegrine, também criticou a demora das investigações que, na avaliação dele, estão “devagar”. O caso é conduzido pela Polícia Civil de Campinas e, segundo o delegado que preside o inquérito, Rui Pegolo, o caso é complexo e as investigações continuam. Dezenas de pessoas já prestaram depoimento, inclusive os familiares do MC.

Representantes da Liga do Funk de São Paulo foram na sexta-feira (6) a uma reunião na Secretaria de Segurança Pública (SSP), na capital paulista, para também solicitar uma solução em crimes como o do MC Daleste. “O secretário [Fernando Grella Vieira] disse que por enquanto a investigação ficará em Campinas”, disse Marcelo Galático, presidente da liga.

Morte
O funkeiro Daniel Pellegrine morreu após ser atingido por um disparo no abdômen quando começava um show em Campinas. O cantor foi levado para o Hospital Municipal de Paulínia (SP), mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante a madrugada. MC Daleste foi enterrado no Cemitério da Vila Formosa em São Paulo.

Segundo o Instituto de Criminalística, o assassino do funkeiro fez os disparos a 40 metros de distância do palco. Eles partiram de uma área ao lado de uma casa em construção, próxima de um matagal, por onde o criminoso deve ter fugido. As conclusões foram feitas após uma reconstituição do crime em 18 de julho.

Fonte: G1 / Campinas e Região