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Dia da Mulher: Força feminina é destaque em time misto de Rugby em Cadeira de Rodas da ADEACAMP

Mãe, analista de marketing e atleta. Aos 33 anos, a jogadora do time de Rugby em Cadeira de Rodas da Associação dos Esportes Adaptados de Campinas (ADEACAMP), se divide entre as atividades dentro de casa, o trabalho e os treinos com a equipe de Rugby em Campinas. Mariana do Nascimento Costa teve meningite em 1990 e como consequência, precisou amputar as pernas. A história dela com a Associação começou em 2015, depois de ter sido convidada para participar do time. Nesse mesmo ano ela já levou para casa o prêmio de atleta revelação. “É o tempo todo brigando para quebrar paradigmas. Se hoje eu tenho essa voz no meio dos meninos é porque eles entendem que eu tenho tanto potencial quanto eles, além de acompanharem muito o meu dia a dia”, conta Mariana.

O reconhecimento de Mari vai além da equipe da ADEACAMP. Em 2022 ela se destacou durante o Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeira de Rodas e levou para casa dois troféus: o Troféu Tininha, como atleta que mais evoluiu tecnicamente e 9 de melhor pontuação na classificação dela (3.5), além de ter sido convocada para integrar a Seleção Brasileira de Rugby em desenvolvimento. “ Eu costumo brincar que o Rugby é muito bruto, então para eu estar realmente ali no meio eu tenho que fazer por que merecer, isso é meu dia a dia. Além disso, como pessoa deficiência, eu tenho meu metabolismo maisdevagar, por isso preciso cuidar mais da minha alimentação, faço musculação, vou até a quadra com os meninos mesmo morando em São Paulo, ‘toco’ cadeira fora, corro atrás das coisas”, reforça.

Para ela o Rugby foi muito importante em um momento em que passava por mudanças na vida pessoal. “Os meninos me acolhem muito bem, eu sou muito feliz na ADEACAMP. Eles me dão essa oportunidade dentro de quadra, reconhecem meu potencial, independente de gênero. Em 2017 eu ganhei meu filho e pude leva-lo para o campeonato Brasileiro. Então esse acolhimento todo do Rugby me motivou continuar fazendo de tudo um pouco”, completou.

Mari também luta para que mais mulheres com deficiência, assim como ela, participem, encontrem no esporte um estímulo e sigam treinando, apesar dos obstáculos e dificuldades do dia a dia. “A gente vem de uma cultura muito machista, então automaticamente a mulher tem mais responsabilidades domésticas como cuidar da casa, ter filho e o esporte é muito ingrato né, quando estamos na nossa melhor forma, não temos tempo e vice e versa. Então, por motivos culturais, acredito que seja um trabalho de formiguinha”.

Mesmo assim ela não desiste e busca sempre incentivar a participação de outras meninas, entrando em contato, mostrando a rotina dela e os benefícios conquistados com a prática esportiva. Mari acredita que pelo Rugby ser um esporte com mais impacto, acaba sendo mais baixa a participação das mulheres, mesmo assim, ela não desiste. “Hoje eu consigo equilibrar mais a carreira, então esse é o esporte. Se para a categoria masculina é difícil, imagina para nós. Mas esse é o meu trabalho, todo dia construir um pouquinho, treinar, bastante, mostrando que somos capazes tão capazes quanto os meninos. Basta ter um trabalho sério, focando nos nossos objetivos para chegar lá”, finaliza.

Projeto Rugby em Cadeira de Rodas Fase I – O projeto Rugby em Cadeira de Rodas – Fase I é desenvolvido pela ADEACAMP nas dependências da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Realizado por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, o projeto que oferece treinos de alto rendimento aos atletas conta com o patrocínio das empresas Atacadão, Fundação John Deere, Tetra Pak, Agibank, Fundação Educar DPaschoal e o apoio da Prefeitura Municipal de Campinas.

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