A formatura da turma Unicamp em 2024 teve um caráter histórico e simbólico, celebrando o primeiro grupo de estudantes a ingressar no curso por meio da política de cotas raciais, implementada em 2019. Essa conquista não apenas destaca a importância da inclusão, mas também representa um marco na história da universidade, que, embora seja uma das mais renomadas do Brasil e da América Latina, não está isenta das profundas desigualdades estruturais do país.
A trajetória dessa turma foi permeada por desafios, entre eles, o enfrentamento do racismo e da exclusão no ambiente acadêmico. Houve acusações de que a qualidade do curso cairia com a entrada de alunos negros e para eles, isso reflete a resistência de uma sociedade que não quer abrir espaço para as pessoas negras em espaços historicamente dominados por uma elite.
A importância da representatividade também foi destacada pela médica Juliana Ferreira Rosa da Silva, que se sentiu mais confortável ao ver colegas com experiências de vida semelhantes às suas.
Ela relatou como a vivência de atender mulheres negras em prisões femininas a fez refletir sobre as disparidades no acesso à educação e saúde no Brasil. Para Juliana, a oportunidade de estudar na universidade foi uma chance única, que poderia não ter ocorrido caso a realidade das desigualdades raciais fosse diferente.
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