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Livro que relaciona receitas com histórias de vida de estudantes é lançado em Hortolândia

Os estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Nicolas Tiago dos Santos Lofrani, no Jd. Sumarezinho, tiveram uma noite especial na quinta-feira, 27 de junho. Eles vivenciaram a experiência de serem autores, autografando o livro “Vivências e Experiências”, escrito por eles mesmos e impresso pela Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia da Prefeitura.

A obra celebra as histórias e receitas compartilhadas durante o projeto homônimo, desenvolvido pelas professoras para resgatar e valorizar as histórias de vida e tradições culturais dos estudantes, fortalecendo sua autoestima e identidade. Segundo a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, foram impressos 50 exemplares, e cada estudante recebeu um.

Mais informações sobre o livro “Vivências e Experiências”

O projeto “Vivências e Experiências” foi realizado com 40 estudantes do 6º ao 9º ano da Emef Nicolas. A iniciativa visa resgatar a história da origem dos estudantes da EJA de Hortolândia, focando nas migrações, trajetórias e vivências que moldaram suas vidas. Além de ressignificar a cultura local e regional por meio da culinária e outros aspectos culturais, o projeto valoriza a identidade e individualidade dos alunos como elementos cruciais para a construção da autoestima.

De acordo com a assistente de direção da Emef Nicolas, Elisandra Maria Gonçalves, a abordagem coletiva e interdisciplinar do projeto integra diversas disciplinas para enriquecer o aprendizado. Em Língua Portuguesa, explorou-se a estrutura composicional dos gêneros textuais relato e receita. Em Matemática, estudaram-se frações e quantidades a partir das receitas e calcularam-se as distâncias entre Hortolândia e as cidades de origem dos estudantes.

Geografia envolveu a localização das cidades de origem no mapa e análise de informações gerais como população, clima e relevo. Em Ciências, discutiu-se sobre nutrição e nutrientes presentes nas receitas. Em Inglês, ampliou-se o vocabulário relacionado aos ingredientes e aos verbos culinários. Arte incluiu releituras artísticas de pontos turísticos das cidades natais dos estudantes, enquanto História investigou a diversidade cultural.

Os dados foram coletados por meio de entrevistas, questionários e atividades realizadas durante as aulas. Os estudantes compartilharam suas histórias de vida e receitas prediletas, proporcionando uma visão rica e humanizada de suas origens e trajetórias. Entre as quarenta receitas compiladas, destacam-se pratos como acarajé, galinha com pequi, cuscuz nordestino e “bolo de leite da tia”. Essas receitas não apenas representam tradições culinárias, mas também funcionam como um elo afetivo entre os alunos e suas raízes culturais.

“Participar do projeto foi muito positivo. Falar da gente é sempre mais fácil. Falei da minha infância em Hortolândia e escolhi a receita do bolinho de chuva porque lembra as tardes com minha mãe e minha irmã e um bom café”, compartilhou o estudante Wellys Fernando dos Santos, de 16 anos. Já para Idalina Pereira dos Santos, de 54 anos, “fazer parte do projeto trouxe boas lembranças do Mato Grosso. Bateu uma saudade! Época boa em que eu e meus irmãos almoçávamos galinha com pequi, por isso escolhi esse prato devido ao valor afetivo envolvendo meus irmãos”, comentou a estudante.

O projeto foi desenvolvido pelos professores Silmara Dal Molin (Língua Portuguesa), Fabiano Biudes (Geografia), Romilda Costa Motta (História), Aparecida Gonçalves Rodrigues (Ciências), Ricardo de Castro Pereira (Arte) e Givanildo Costa Lemos (Inglês).

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