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Hortolândia deixa título de ‘cidade-dormitório’ e se transforma em pólo econômico

Há aproximadamente dez anos, Hortolândia era tida por moradores da cidade e da região como cidade-dormitório, termo utilizado para apelidar cidades que não possuem potência econômica e os moradores utilizam apenas para dormir, trabalhando, fazendo compras e suprindo suas necessidades em outros municípios.

Além de cidade-dormitório, em 2005, Hortolândia e liderava o ranking de indicadores ruins: 17,2% da população do município em idade de trabalhar estava desempregada. Na época, era praticamente o dobro do índice de desemprego da Região Metropolitana de Campinas. Por conta do quadro econômico, a cidade era tida como uma das mais violentas do Estado de São Paulo.

No 1º semestre deste ano, enquanto Campinas fechou 4.595 postos formais de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados aponta que Hortolândia criou 42 empregos com carteira assinada. O resultado pode parecer pequeno, mas perto do desemprego que predomina no País, o município é um destaque positivo.

“Neste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) do município – estimado em R$ 8,5 bilhões – deve crescer”, prevê Dimas Correa Pádua, secretário municipal de Indústria, Comércio e Serviços. Ele sustenta essa projeção, que vai em sentido contrário ao esperado para o País – queda de até 2% do PIB–, nos investimentos previstos. De 2013 a 2015, a cidade está recebendo R$ 2,2 bilhões de investimentos.

A Havan, rede catarinense de lojas de departamentos, é uma das empresas que apostaram em Hortolândia. Faz nove meses que a empresa abriu uma unidade na cidade. “Decidimos abrir loja em Hortolândia pelo grande crescimento econômico que a cidade teve nos últimos anos”, diz o diretor-presidente, Luciano Hang. Ele conta que o desempenho da loja está um pouco acima de outras unidades na mesma fase por causa do poder aquisitivo da cidade e da região.

Outro grupo que está apostando na região é a incorporadora imobiliária Trade Invest. O grupo vai aplicar R$ 100 milhões num complexo multiuso de 44 mil m² de área construída que inclui hotel, torres de escritórios, de apartamentos residenciais e galeria de lojas. Luiz Roberto Pessoa Gonçalves, diretor da empresa, disse que a decisão de investir nesse projeto que prevê a construção do maior hotel da região, com 198 apartamentos, foi tomada porque se constatou uma deficiência de hospedagem para atender a forte demanda de executivos de grandes empresas.

“Ainda não sentimos a crise”, afirma Guilherme Quinteiro, coordenador de marketing do Shopping Hortolândia. Com 85 lojas e voltado para as classes B e C, o shopping fechou o 1º semestre com crescimento de 5% nas vendas. Ele conta que recentemente foi procurado por uma grande rede varejista interessada em abrir uma loja física no shopping por descobrir que Hortolândia liderava as vendas online da rede.

Apesar de o comércio estar atraindo importantes varejistas para a região, o motor da economia local é a indústria, especialmente da área tecnológica. IBM, Dell Computadores, ZTE, por exemplo, estão estabelecidas em Hortolândia. A proximidade do polo de tecnologia de Campinas fez crescer o número de empresas correlatas.

Mesmo com a especialização, o secretário municipal observa que a indústria é diversificada e, na sua opinião, isso explicaria o fato de a economia da cidade ter sentido até agora menos o impacto da crise.

Atraídas pelo mercado, 300 indústrias se estabeleceram no município nos últimos dez anos. “Temos um polo ferroviário com indústrias importantes na produção de vagões e metrô, como a Bombardier, AmstedMaxion, CAF”, exemplifica Pádua. Também o segmento farmacêutico é outra vertente do município, onde estão as fabricantes EMS e Galderma. No momento, Pádua diz que a crise tem desdobramentos nas empresas de eletrodomésticos e nos segmentos metalúrgico e automobilístico.

Com informações de O Estadão

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