A greve dos trabalhadores da Mabe, multinacional que fabrica produtos de linha branca das marcas GE, Dako e Continental, com sede em Hortolândia, teve fim. Depois de 10 dias fora da produção, os trabalhadores aceitaram a proposta de R$2.000 de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) que será pago pela empresa no dia 19 de fevereiro. Eles haviam recebido R$1.400 em agosto do ano passado e reivindicavam receber o valor compatível ao ano passado que foi de R$4.600.
Segundo o diretor do Sindicato, Gilberto Vieira Brito, em dezembro, a empresa alegou que não tinha condições de pagar a próxima parcela. O órgão não aceitou e então a empresa voltou a ofertar o pagamento de mais uma parcela de R$1.400 para ser paga em janeiro, mas os trabalhadores não aceitaram.
“Acho que chegamos a um acordo viável para os trabalhadores. Nós gostaríamos de receber o valor compatível ao ano passado, pois o que eles produziram no ano passado foi relativo ao ano retrasado, mas precisávamos negociar e ficou melhor do que estava antes da greve”, disse o diretor.
Os grevistas terão estabilidade de cinquenta dias. A empresa também não havia depositado o vale alimentação para os trabalhadores que aderiram à greve. Segundo o sindicato, o benefício foi depositado ontem.
“O valor apresentado pela empresa anteriormente é muito inferior ao ano passado, nós não podemos abrir mão de uma conquista desta forma. A empresa já tirou outros benefícios e com a desculpa da recuperação judicial, eles querem tirar mais direitos”, disse o trabalhador, José Roberto.
A assessoria de imprensa da empresa informou por meio de nota que “em 2013, pediu recuperação judicial a fim de sanar todas as suas obrigações perante seus credores, colaboradores e clientes. Independentemente do cenário apresentado, a empresa sempre negociou com seus colaboradores o pagamento do PPR – Programa de Participação nos Resultados. Para o ano de 2013, como era de se esperar, o valor proposto foi inferior ao de 2012, pois está vinculado ao resultado da empresa, que se apresentou deficitário em relação ao obtido no ano anterior. Dessa forma, a Mabe não se recusou a efetuar o pagamento do PPR, mas apenas o propôs de acordo com a situação atual.”, justificou.
Homologação
A Justiça de Hortolândia homologou o plano de recuperação judicial da Mabe. São centenas de fornecedores e trabalhadores que deixarão de receber seus diretos de acordo com as determinações comuns da lei para se submeterem à proposta da empresa.
Dentre os fornecedores que constam na lista de credores da empresa estão a 3M do Brasil, Siemens, Banco do Brasil, Banco Itaú, Pro Metal, Braskem, entre outras grandes, médias e pequenas empresas. Além disso, dentro do plano de recuperação judicial consta a demissão de mais de mil trabalhadores da planta da empresa em Itu, que foram demitidos com seus direitos prejudicados. Os trabalhadores que têm mais de R$3 mil para receber, só terão acesso ao direito parcelado após um prazo de um ano da homologação do Plano de Recuperação.
A recuperação judicial está prevista na Lei Nº11. 101/05 que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. A empresa só aguarda a publicação da decisão no Diário Oficial, que deve ser feito nos próximos dias.
A empresa informou por meio de nota que “esta é uma etapa importante do processo, que foi iniciado em 3 maio de 2013, a fim de reestruturar a operação em busca de viabilidade. A empresa ainda tem muitos desafios pela frente e está cuidando de cada detalhe com muita responsabilidade e realismo. A Mabe continuará no mercado com a tradição e qualidade de suas marcas e atendendo ao consumidor de maneira atenta e eficaz em seus serviços de pós-venda”, diz.
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