O estudo inédito sobre acidentes de trânsito, realizado pela Prefeitura de Hortolândia e divulgado no último dia 5, durante a Audiência Pública “Em busca da Segurança Viária pela vida”, apontou os motociclistas como as principais vítimas de acidentes de trânsito. De janeiro a dezembro do ano passado, foram 1.265 ocorrências de trânsito, com 223 vítimas feridas, sendo 26 fatalmente. Entre os feridos, 55% estiveram envolvidas em acidentes com motos; nos 26 acidentes com vítimas fatais, oito eram motociclistas. O objetivo do estudo é identificar os pontos mais críticos para acidentes e detalhes das ocorrências, para que ações estratégicas sejam criadas e garantam mais segurança no trânsito, protegendo a vida de motoristas e pedestres. Entre as medidas já anunciadas estão fiscalização por radar, reforço na sinalização, ações educativas com apoio e participação da sociedade civil, entre outras.
O controlador de acesso Guilherme Lucas da Silva, de 25 anos, é uma das vítimas de acidente com motocicleta. No final de janeiro, ele colidiu contra um veículo, que trafegava na contra mão, numa avenida no Jd. Boa esperança, bairro onde mora. “Era final de tarde e eu estava em baixa velocidade, na minha faixa, e o carro veio de repente na contramão. Não tive como evitar a batida”, lamenta. Ele sofreu escoriações pelo corpo e cortes no cotovelo e no joelho, ferimentos considerados leves. “Foi um livramento, porque eu bati de cabeça. O capacete me protegeu. Vejo acidentes de moto muito mais graves”, descreve.
Silva pilota motocicletas e dirige automóveis há, pelo menos cinco anos, e diz que a prudência dos motoristas é importante para evitar acidentes. “Este foi o primeiro acidente de trânsito que eu sofri. Tem muita gente que anda rápido, tanto no bairro quanto na pista. Mas quem sofre mais são os motociclistas”, afirma. Ele justifica sua opinião pela vulnerabilidade de quem pilota moto, por ficar mais exposto, e também pela “rivalidade” com os motoristas de automóveis. “Eu acho que o reforço na sinalização ajuda a evitar acidentes. A outra parte da responsabilidade fica com os motoristas e motociclistas”, completa.
Uma das medidas para reduzir os acidentes é a sinalização de ruas e avenidas, com pintura de solo e instalação de placas de trânsito. Esta ação acontece em toda a cidade e organiza melhor o trânsito orientando motoristas e pedestres. “A Prefeitura faz sua parte e realiza ações que vão colaborar na diminuição dos acidentes de trânsito. Mas precisamos contar com a participação das pessoas neste objetivo. Os motoristas devem obedecer a legislação de trânsito e respeitar as regras, pois apenas com esta parceria será possível efetivamente reduzir as ocorrências de trânsito”, enfatiza o prefeito Angelo Perugini.
Redução de acidentes
Os dados do estudo sobre acidentes são resultado do trabalho do Grupo de Segurança Viária, comitê formado por representantes do município e de órgãos públicos ligados à segurança no trânsito, que se reúnem periodicamente para discutir como melhorar a segurança no trânsito e proteger a vida. Entre as ações preventivas anunciadas pelo prefeito Angelo Perugini para reduzir o índice de acidentes, estão fiscalização por radar, reforço na sinalização, novos semáforos, criação de área de estacionamento rotativo (Zona Azul), serviço de pátio para tirar carros abandonados das ruas, além de ações educativas com apoio e participação da sociedade civil. A meta é diminuir 20% destas ocorrências, até o final deste ano.
O controlador de acesso que sofreu acidente de moto no Jd. Boa Esperança se enquadra em outra estatística apurada pelo estudo: as principais vítimas fatais dos acidentes de trânsito são adultos jovens do sexo masculino (88%). Há maior envolvimento em ocorrências de moto dos homens com idade entre 18 e 24 anos, e 30 e 34 anos, na mesma proporção. Além disso, o horário de maior risco para acidentes de moto está entre 17h e 19h, horário em que Silva sofreu o acidente.
“Com estes dados em mãos, e sabendo os locais onde mais acontecem este tipo de acidentes, conseguimos agir de forma pontual na prevenção, com ações de engenharia de trânsito, de fiscalização e de educação, com objetivo de conscientizar as pessoas sobre os benefícios da direção segura”, explica o secretário de Mobilidade Urbana, Atílio André Pereira.
Impacto na saúde
Quando acontece um acidente de trânsito com vítima, uma rede de socorro e atendimento médico é acionada imediatamente. O Samu (serviço Médico de Atendimento de Urgência) faz os primeiros socorros e transfere os feridos para uma UPA-24h (Unidade de Pronto Atendimento) ou o Hospital Municipal Mário Covas, dependendo da gravidade. Foi o caso de Silva, que após sofrer acidente no Jd. Boa Esperança, foi encaminhado ao Hospital Municipal para receber os cuidados necessários e ficar em observação.
Na unidade de atendimento, exames são realizados nos pacientes acidentados e, em alguns casos, a pessoa precisa de internação. Uma estimativa da Secretaria de Saúde aponta que cada paciente tem um custo de mais de R$ 2 mil em atendimentos após acidentes de trânsito. De acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde), a Prefeitura de Hortolândia gasta cerca de R$ 317 mil por ano com atendimento relacionados aos acidentes de trânsito.
“Os acidentes de trânsito trazem um impacto negativo para a rede pública de saúde. São pessoas que chegam às unidades de saúde e precisam ser atendidas com urgência, pela gravidade e o risco de morte. Mas não são pessoas doentes. Com isso, as filas aumentam e o paciente que está com um problema de saúde leva mais tempo para ser atendido. Precisamos reduzir o número de acidentes na nossa cidade, pensando em proteger a vida das pessoas e garantir eficiência no atendimento de saúde para quem precisa de tratamento de doenças”, destaca o prefeito.
Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia
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