O zoológico do Bosque dos Jequitibás vai transferir nesta quarta-feira, dia 7 de abril, um filhote macho de onça suçuarana (onça parda) para o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS) da Prefeitura de São Paulo. O transporte será feito por uma viatura da Polícia Ambiental e acompanhado pelo veterinário do Bosque, Douglas Presotto. De lá, o animal segue para o AMPARA Animal, uma instituição mantenedora de fauna que trabalha com reabilitação de onças, e, posteriormente, encaminhado de volta à natureza.
O filhote, com cerca de três meses, estava sozinho quando foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros, no dia 19 de março, no km 120 da Rodovia Adhemar de Barros, entre os bairros Jardim Miriam e Parque Luciamar. Após o salvamento, ele foi acolhido no zoo do Bosque e está vivendo temporariamente no parque há 16 dias.
A suspeita é que a mãe do felino tenha sido atropelada ou morta ao tentar invadir alguma propriedade rural na região. “Com a perda dos habitats naturais pelo impacto da ação do homem na natureza, as suçuaranas têm sido encontradas com frequência em áreas limítrofes entre a zona rural e urbana”, explicou Douglas.
Assim que chegou no zoo, a oncinha passou por exames para checar sua condição de saúde por meio de testes físicos e de sangue. Pesava 7,2kg, não apresentava nenhuma lesão ou ferimento, sem problemas de locomoção e não tinha parasitas.
Durante sua hospedagem provisória no zoo, a oncinha macho recebeu tratamento veterinário e alimentação. Hoje, segunda-feira, dia 5/4, o filhote foi sedado para colocação de um chip de rastreamento e para nova avaliação de saúde. “O animal está com excelente estado geral, alimentando-se ainda de leite (de cabra, com um suplemento para filhotes), carne, pescoço de frango e ração úmida para filhotes de gato”, contou Douglas Presotto. O filhote também engordou 800 gramas, de 7,2kg quando chegou, hoje ele pesa 8kg.
Com o bicho saudável e ganhando peso, o objetivo agora é devolvê-lo ao seu habitat natural, contribuindo, assim, com a preservação da espécie. “Por isso o zoo do Bosque está destinando a oncinha ao CeMaCAS, que é especialista neste tipo de trabalho. O resgate e a transferência estão documentados e a Polícia Ambiental é nossa parceria neste esforço”, explica Presotto.
O veterinário esclarece que lá no CeMaCAS, a reabilitação envolve criar situações para ensinar a onça a caçar e se alimentar de presas vivas – o que é, geralmente, ensinado pelas mães. O objetivo é sempre a reintrodução na natureza, mas nem sempre os bichos conseguem se adaptar. “Quando não é possível, zoológicos e mantenedores de fauna silvestre acabam oferecendo abrigo permanente para estes animais”, revela Douglas.
O zoo do Bosque mantém um trabalho de recuperação de animais. É comum que a equipe de veterinários do local receba animais silvestres abandonados ou vítimas de maus tratos para serem tratados e encaminhados para instituições que fazem reabilitação, como é o caso deste filhote de onça parda.
Onça parda
A onça suçuarana – popular onça parda – é um felino de médio porte, medindo entre 1,6 e 2,75 metros e podendo pesar até 100 kg. Os machos são maiores do que as fêmeas. Apresentam um corpo esguio e cabeça pequena, com pelagem sofrendo alterações conforme a idade. Os filhotes nascem com pintas escuras que vão praticamente desaparecendo a medida que crescem, sendo substituídas por uma pelagem parda no dorso e ventre esbranquiçado com pintas amarronzadas.
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