O protecionismo dos Estados Unidos está prestes a ganhar força sob a administração do presidente eleito Donald Trump, segundo José Velloso, presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Essa mudança pode intensificar a competição chinesa no mercado brasileiro de máquinas e equipamentos.
A Política Protecionista e a Influência Chinesa
Desde a eleição de Trump, os Estados Unidos têm adotado políticas mais restritivas para proteger sua economia, agravando a guerra comercial com a China. Como resposta, o país asiático tem buscado novos mercados, incluindo o Brasil.
No setor de máquinas e equipamentos, a participação chinesa nas importações brasileiras é significativa. Entre janeiro e outubro deste ano, 31% das importações desse segmento vieram da China, um aumento de 5,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Abimaq. Apenas em outubro, esse número subiu para 40%.
Setores Brasileiros em Alerta
José Velloso destacou que diferentes setores da economia brasileira já sentem os efeitos dessa movimentação:
- Indústria siderúrgica: tem buscado maior proteção contra produtos chineses.
- Setor têxtil: enfrenta desafios com a competitividade de gigantes como a Shein.
- Indústria automotiva: concorre com a entrada de veículos elétricos e híbridos chineses.
Com Trump prometendo tarifas agressivas contra parceiros comerciais como Canadá, México e China, a tendência é que o desvio de comércio aumente, intensificando a presença de produtos chineses no Brasil.
A Relação do Brasil com os EUA e a China
Os Estados Unidos são um dos maiores parceiros comerciais do Brasil em produtos manufaturados. Contudo, o país precisa equilibrar essa relação com a crescente dependência do mercado chinês, especialmente no agronegócio.
Velloso acredita que Trump, apesar de sua retórica, pode não ser tão radical em suas políticas devido às pressões do mercado e de empresários. Ele também apontou a improbabilidade de uma moeda comum do Brics substituir o dólar no comércio global.
Desafios para o Brasil
O Brasil enfrenta um cenário complexo, no qual precisa lidar com o aumento das importações chinesas e a influência das políticas protecionistas dos Estados Unidos. A resposta do governo brasileiro e do Mercosul será crucial para equilibrar essas relações e proteger a indústria nacional.
Com a intensificação das disputas comerciais globais, o mercado de máquinas e equipamentos deve se preparar para um período de desafios, mas também de oportunidades, caso consiga se adaptar e inovar frente às mudanças.
Para mais notícias, eventos e empregos, siga-nos no Google News (clique aqui) e fique informado
Lei Proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização previa do Portal Hortolandia . Lei nº 9610/98