Dólar abre em alta nesta quinta-feira (10), após o anúncio de tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A medida, divulgada pelo governo Trump no fim da quarta-feira (9), já causa reflexos nos principais indicadores econômicos.
Ibovespa despenca com aversão ao risco
Logo após a divulgação da nova política tarifária, o Ibovespa futuro com vencimento em agosto caiu 2,44%, encerrando em 137.800 pontos. O índice à vista havia fechado o dia anterior com queda de 1,31%, mas os impactos mais severos ficaram para a abertura desta quinta.
A Bolsa brasileira segue em queda com o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, especialmente os estrangeiros, que veem na medida de Trump um agravamento das tensões comerciais. As ações de empresas exportadoras e de setores ligados a commodities estão entre as mais afetadas.
Dólar em alta pressiona inflação e juros
O dólar futuro com vencimento em agosto disparou 2,30%, chegando a R$ 5,6115. No mercado à vista, a moeda norte-americana fechou a quarta-feira em R$ 5,50, com alta de 1,06%. A tendência de dólar em alta persiste, impulsionada por um possível recuo nas exportações brasileiras e entrada menor de divisas no país.
A alta do dólar deve pressionar os índices de inflação nos próximos meses, especialmente se empresas exportadoras repassarem parte das tarifas para o mercado interno. De acordo com a Hike Capital, a consequência direta será o aumento da curva de juros no curto prazo, embora o movimento possa se suavizar diante da expectativa de desaceleração econômica.
Setores mais afetados pelas tarifas
Segundo levantamento da Suno Research, os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA incluem:
- Petróleo e derivados
- Ferro, aço e materiais industriais
- Café, chá, cacau e especiarias
- Carnes, frutas e vegetais
- Papel e celulose
A taxação de 50% compromete diretamente a competitividade desses itens no mercado americano, que é um dos principais destinos das exportações brasileiras.
ETFs e ADRs brasileiros também em queda
Na manhã desta quinta, o EWZ — ETF que acompanha o desempenho das ações brasileiras listadas em Nova York — apresentava queda de 1,81%, sendo negociado a US$ 27,65. O movimento reforça a leitura negativa do mercado global sobre os ativos brasileiros.
Governo Lula avalia resposta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a medida de Trump como “desproporcional” e disse que o Brasil avaliará a aplicação da Lei da Reciprocidade. Isso pode significar uma elevação de tarifas sobre produtos importados dos EUA, o que elevaria os custos de produção em setores dependentes de maquinário e tecnologia americanos.
Contudo, o governo norte-americano já sinalizou que responderá a qualquer tipo de retaliação. O prazo para negociações segue aberto até 1º de agosto, mas a carta pública enviada por Trump torna o diálogo mais difícil.
Impactos para os investidores
Com a dólar em alta, aumento da inflação e juros mais elevados, os investidores devem redobrar a atenção com:
- Empresas exportadoras de commodities
- Setores com alta alavancagem
- Ativos atrelados à balança comercial
Por outro lado, a reprecificação dos ativos pode abrir oportunidades pontuais de compra para quem busca ações descontadas.
FAQ – Dólar em alta e tarifas de Trump
Por que o dólar está em alta hoje?
Devido à decisão do governo dos EUA de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o mercado reagiu com aversão ao risco, elevando a cotação da moeda norte-americana.
Quais setores da economia serão mais impactados pelas tarifas?
Setores exportadores como petróleo, carnes, papel e celulose, além de siderurgia, devem sentir mais fortemente os efeitos.
O Brasil pode retaliar os EUA?
Sim. O governo brasileiro estuda aplicar a Lei da Reciprocidade, aumentando tarifas sobre produtos americanos, o que pode gerar novos impactos na economia local.
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