O número de pessoas em situação de rua no Brasil apresentou um aumento de aproximadamente 25% entre 2023 e 2024, atingindo 327.925 indivíduos. Em dezembro de 2023, eram 261.653 pessoas nessa condição, segundo levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG). De acordo com os dados, este número é 14 vezes maior do que o registrado em 2013, quando havia 22.922 pessoas vivendo nas ruas.
O estudo baseou-se no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que registra beneficiários de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Além de identificar populações vulneráveis, esses dados são utilizados para direcionar os repasses federais aos municípios.
A maior concentração de pessoas em situação de rua está na Região Sudeste, que responde por 63% do total (204.714 pessoas). O estado de São Paulo lidera com 139.799 pessoas em situação de rua, seguido pelo Rio de Janeiro (30.801) e Minas Gerais (30.244). A Região Nordeste ocupa a segunda posição, com 47.419 pessoas.
O coordenador do observatório, André Luiz Freitas Dias, destacou que o aumento reflete a ampliação do uso do CadÚnico e a ausência de políticas estruturantes voltadas a moradia, trabalho e educação. A pesquisa também revelou que 70% das pessoas em situação de rua não concluíram o ensino fundamental, e 11% são analfabetas, dificultando sua inserção no mercado de trabalho.
Na cidade de São Paulo, onde vivem cerca de 92.556 pessoas em situação de rua, o problema contrasta com a existência de aproximadamente 590 mil imóveis particulares desocupados, conforme apontado pelo Censo Demográfico de 2022. Robson César Correia de Mendonça, representante do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, afirmou que a reforma de imóveis ociosos para uso habitacional poderia solucionar grande parte do problema, reduzindo custos com albergues.
Apesar da gravidade da situação, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo não apresentou números atualizados. Informou, no entanto, que, em 2024, cerca de R$ 156 milhões do Fundo Estadual de Assistência Social foram direcionados a serviços de proteção social de média e alta complexidade.
Com informações da Agência Brasil de Notícias
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