O mercado brasileiro de bicicletas passa por uma nova fase de expansão. Depois de anos de oscilação, a produção nacional voltou a crescer, impulsionada pela busca por mobilidade acessível, uso recreativo e fortalecimento de marcas regionais que atuam fora da Zona Franca de Manaus (ZFM). O movimento é acompanhado por maior dinamismo nas vendas e aumento no emprego industrial.
Segundo Cleber Rossini, CEO da Verden Bikes e membro do SIMEFRE, o avanço acontece em meio a forte competição.
“Há uma guerra de preços em curso, especialmente nas categorias de primeiro preço e na linha infantil. Isso pressiona margens e dificulta investimentos em inovação”, afirma o executivo.
Produção nacional volta a avançar
As bicicletas infantis e infantojuvenis continuam representando parcela significativa do mercado. Já modelos tradicionais, como as MTB aro 29”, seguem impulsionando boa parte da expansão.
A modernização das linhas de produção, com o uso crescente de Inteligência Artificial (IA) e automação, ampliou a produtividade e contribuiu para a contratação de mão de obra mesmo em um cenário econômico volátil.
Projeções indicam crescimento até 2030
As estimativas para médio e longo prazo mostram otimismo. O setor de bicicletas deve crescer 25% até 2030, impulsionado por:
- demanda reprimida pós-pandemia;
- novas tendências de mobilidade urbana;
- maior presença de produtos de maior valor agregado;
- expansão das bicicletas elétricas.
Dentro desse cenário, a produção na Zona Franca de Manaus deve crescer 38,8% até 2030, consolidando o polo como referência no abastecimento nacional.
Desigualdade competitiva entre ZFM e fabricantes regionais
Apesar da expansão, desafios estruturais persistem. As empresas instaladas em outras regiões do país enfrentam custos maiores e maior exposição ao chamado “Risco Brasil”. As indústrias da ZFM contam com incentivos fiscais que amortizam efeitos do câmbio, da inflação e da instabilidade econômica.
Rossini explica:
“O risco Brasil amplifica nossos custos e reduz competitividade. A ZFM, por ter um colchão fiscal, absorve melhor a instabilidade, o que aumenta a distância competitiva entre os fabricantes.”
O impacto é ainda mais evidente no segmento de bicicletas elétricas.
“Hoje, simplesmente não é possível produzir elétricas fora da ZFM com esses níveis de tributação”, acrescenta.
Mobilidade em expansão e novos caminhos
Mesmo com os obstáculos, o setor segue em trajetória de crescimento. Marcas regionais se fortalecem, a procura por bicicletas elétricas aumenta e o uso da bike — para lazer, deslocamento diário ou esporte — se consolida em vários perfis de consumidores.
O avanço, porém, exige ajustes regulatórios e incentivo à inovação para garantir competitividade em todo o território brasileiro.
FAQ – Perguntas sobre o mercado brasileiro de bicicletas
1. O setor de bicicletas está crescendo no Brasil?
Sim. A produção e as vendas apresentam alta contínua em 2025, impulsionadas por demanda urbana e recreativa.
2. Quais categorias lideram o mercado?
Bicicletas infantis, infantojuvenis e modelos MTB aro 29”.
3. A Zona Franca de Manaus influencia o mercado?
Sim. Incentivos fiscais tornam a ZFM mais competitiva, gerando desigualdade com fabricantes de outras regiões.
4. É viável produzir bicicletas elétricas fora da ZFM?
Segundo o setor, não. A carga tributária inviabiliza a produção competitiva fora do polo.
5. O mercado deve crescer nos próximos anos?
Sim. A projeção é de crescimento de 25% até 2030, com tendência de expansão das elétricas e maior procura por mobilidade sustentável.
6. A modernização industrial influenciou o crescimento?
Sim. A adoção de IA e processos automatizados aumentou produtividade e gerou mais empregos.
fonte alpha autos
Para mais notícias, eventos e empregos, siga-nos no Google News (clique aqui) e fique informado
Lei Proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização previa do Portal Hortolandia . Lei nº 9610/98









