O projeto dirigido por Marcelo Antunez mexe em feridas ainda abertas em nossa sociedade e dá ao espectador uma leve noção de como foi o processo de investigação que culminou na prisão de diversas pessoas influentes em nossa sociedade, sejam elas doleiras, donas de empreiteiras, funcionários do alto escalão da Petrobrás, executivos e parlamentares.
A tarefa para ser apartidário era dificílima, mas se olharmos para o personagem de Antônio Calloni, por exemplo, conseguimos notar todo o empenho da produção para não endeusá-lo, criando uma construção concisa. O problema é que o restante não tem essa mesma qualidade e são usados apenas como baluartes da justiça brasileira, sem contar que o Sérgio Moro de Marcelo Serrado, como exemplo de homem de família, é extremamente forçado.
Mas o filme ganha pontos importantes, pois tem uma montagem interessante, levando ao grande público todo o emaranhado de informações, de maneira fácil, sem que seja didático demais e o diretor utiliza, principalmente Júlio Cesar, interpretado por Bruce Gomlevsky, para explicar a maior parte destas descobertas.
Lembrando as interpretações e montagens novelescas (a perseguição do caminhão, logo no início, deveria ter mais impacto e agilidade), Polícia Federal: A Lei é para Todos fica no meio termo e ainda coloca um final aberto para uma possível continuação.
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Por Éder de Oliveira
Jornalista e criador do site www.cinemaepipoca.com.br
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