Este remake de O Rei Leão é belíssimo e não tem como não ficar deslumbrado com a computação gráfica cheia de detalhes, como se estivéssemos diante de um documentário do Animal Planet. Porém, o diretor Jon Favreau poderia ter tido a perspicácia de inserir maior expressividade nos personagens, pois do jeito que está o espectador não sente toda emoção que esteve presente na animação de 1994 e esta relação entre nós e Simba acaba sendo diminuída.
Na versão dublada tivemos Ícaro Silva e a cantora Iza, que dublam, respectivamente, Simba e Nala, mas existe um incômodo com as vozes desde o primeiro instante (houveram cenas quase insuportáveis de conferir). Mas calma! Ao menos o tratamento das canções tem personalidade, sem contar que me peguei cantarolando boa parte delas com um sorriso de quem acabara de rever um amigo querido de longa data.
A construção do amor de pai e filho está lá e emociona, assim como toda imponência e serenidade de Mufasa, mas é Timão e Pumba que roubam a cena e ensinam Simba a crescer mental e espiritualmente com seus treinamentos e sacadas que tiram muitos risos de quem for assistir. Sarabi e Nala ganham destaque e se tornam peças fundamentais na reconstrução do reino e com direito a momentos só delas!
Se formos analisar com frieza, não haveria motivos para refilmarem O Rei Leão (tirando o fato do lucro inacreditável para o estúdio), assim como não há motivos para nos reapresentarem Mulan, A Espada era a Lei e Peter Pan, que chegarão em breve no cinema mais próximo de você.
Ah… e se Scar e as hienas eram malvados e amedrontadores na versão animada, aqui não passam de meros animais magrelos e sem a esperteza de antes. Ou seja, o tio de Simba foi só um vilão qualquer como tantos outros, sem o devido impacto.
Por Éder de Oliveira Jornalista e responsável pelo site www.cinemaepipoca.com.br
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