Não sabia nada sobre ‘O Quarto de Jack’. Não havia assistido trailers e nem lido comentários antes de assistí-lo. Portanto, em determinado momento, há uma quebra tão grande naquele pequeno universo onde Jack e sua mãe estão inseridos, que me deixou boquiaberto (eu, sinceramente, não imaginava qual era a função daquele quarto).
Lenny Abrahmason, diretor que havia despontado com ‘Frank’ e que agora parece colocar seu nome de vez entre os melhores do cinemão independente dos Estados Unidos, intensifica a máxima de que o amor familiar pode ultrapassar qualquer tipo de barreira. E essa tal barreira faz o coração e a alma de cada espectador congelar, conforme os minutos vão se passando.
Brie Larson, grande favorita ao prêmio de Melhor Atriz no Oscar 2016, tem uma atuação soberba, mesclando momentos dóceis e outros crueis. Mas o filme é todo de Jacob Tremblay (cadê a indicação para o garoto, hein, membros da Academia?), dando a seu personagem o poder de sonhar, o poder de ter a força imaginativa de uma criança e o de nunca perder a esperança.
A fotografia, trás para o espectador uma sensação de claustrofobia quase inconsciente, com seus tons azulados e acinzentados e, assim como Jack, o espectador, por vezes, verá aquele mundo por frestas, quase como se também estivéssemos nos escondendo de algo maior.
Não darei uma sinopse aqui, pois o legal em ‘O Quarto de Jack’ é você ir descobrindo cada detalhe aos poucos, sem a interferência de um mero texto. O projeto é baseado na obra de Emma Donoghue e, com certeza, este será o próximo livro que começarei a ler. Se ‘Mad Max – Estrada da Fúria’ trouxe de volta o verdadeiro cinema de ação, ‘Spotlight’ e este ‘O Quarto de Jack’ trouxeram de volta o verdadeiro cinema dramático.
Por Éder de Oliveira
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