It – A Coisa é baseado na obra do mestre Stephen King e já havia ganhado um filme lançado em 1990, com Tim Curry como o palhaço Pennywise. Em 2017 chega a nova versão, dirigida por Andrés Muschietti. E conta com um um cuidado incrível na parte técnica, além de um respeito total com os fã do livro (que tem mais de 1000 páginas).
E o espectador já começa, sendo apresentado a uma sequência violentíssima, corajosa e deixará você surpreso e trás o garotinho George brincando com seu barquinho de papel num dia de muita chuva. Algo ocorre e tanto ele quanto o espectador, são apresentados à figura do palhaço Pennywise, interpretada por um irreconhecível Bill Skarsgard.
Sua construção de personagem é absurda, levando características doentias ao palhaço, além de uma expressividade medonha. O figurino também é outro achado e ganha contornos dos antigos personagens da Commedia dell’arte, criada na Itália, no começo do século XVI. Só há um pequeno deslize quando os efeitos especiais são colocados de maneira exagerada.
Apesar dele estampar o cartaz do projeto, os protagonistas são os jovens atores. Finn Wolfhard, da série Stranger Things, é o alívio cômico. Jack Grazer cresce no decorrer dos 135 minutos. Jackson Robert Scott é fofíssimo. Jaeden Lieberher é o menos incrível dentre todos, mas não prejudica. Jeremy Ray Taylor é o Gorducho (personagem de Os Goonies) deste novo século. E Sophia Lillis tem força e aquele jeitinho feminino meigo e encantador.
Muschietti é bastante feliz ao expor dificuldades e as dúvidas tão atuais quanto a questão sexual (a cena de Bev no banheiro é assustadora e autoexplicativa), o abuso dentro de casa, o luto, a depressão e o abandono. A contraponto disso, vemos uma amizade verdadeira sendo criada, como um alicerce forte e tão poderoso que pode destruir tudo que quer lhes fazer mal – seja um ser humano ou algo de outro mundo.
Apesar de conter referências óbvias aos filmes dos anos 80, It – A Coisa tem personalidade e, independentemente dos pequeníssimos erros, posso considerá-lo um dos terrores mais primorosos dos últimos tempos. Obrigado a todos os responsáveis… já estou interessadíssimos em devorar o livro e também em colocar meus olhos na continuação, que chegará aos cinemas em 2019. Vida longa a Pennywise.
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Por Éder de Oliveira
Jornalista e criador do site www.cinemaepipoca.com.br
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