Desde o primeiro momento, o roteiro escrito por Joon-ho Bong (que também está na cadeira de direção), nos apresenta uma distopia cruel e uma divisão societária que privilegia apenas um lado, fazendo um controle massivo e prejudicial para as novas gerações, ou seja, não é muito diferente do que estamos acostumados hoje em dia.
O perigo de ‘Expresso do Amanhã’, baseado na HQ de Jacques Lob, Benjamin LeGrand e Jean-Marc Rochette, era cair nas armadilhas que o assunto aquecimento global pode apresentar, mas Bong cria sequencias que lembram muito a ação dos games e preza – corajosamente – o estilo Oriental de cinema, como ‘Oldboy’.
Somos apresentados a métodos de tortura que proporcionam cenas de cair o queixo, assim como os efeitos especiais, o suspense e a ação ali contidos – todo o desenvolvimento e execução da primeira rebelião são impressionantes, sem aliviar nas doses de sangue. Chris Evans (Capitão América 2 – O Soldado Invernal), faz aqui um dos melhores trabalhos da carreira, mas o elenco como um todo está excelente. Talvez a personagem de Tilda Swinton (Constantine) pudesse ser menos caricata, o que não estraga, de maneira alguma a obra.
O planeta Terra vive uma nova era do gelo, logo após uma experiência de aquecimento global dar errado. Os sobreviventes vivem dentro de um trem que é dividido entre a parte rica (nos vagões da frente) e a parte pobre (nos vagões traseiros). Indignados com a situação, as pessoas com poucos recursos resolvem montar um plano para tomar de assalto o trem.
Por fim, Bong casa bem a parte estética – como a fotografia – e os detalhes da história, segurando um clímax absurdo do início ao fim. ‘O Expresso do Amanhã’ é uma ficção científica lotada de bons artifícios para deixar os fãs do gênero alucinados e o mais importante de tudo, é corajoso, coisa que Hollywood esqueceu de ser faz tempo.
Por Éder de Oliveira
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