Seriados como Narcos e El Patrón del Mal já contaram a história do maior narcotraficante do mundo de maneira bastante detalhada e conseguindo um grande sucesso de público e crítica. Mas ao colocar os olhos no trailer de Escobar: A Traição, produção espanhola dirigida por Fernando León de Aranoa e baseada no livro Amando Pablo, Odiando Escobar, fiquei extremamente interessado na obra.
Javier Bardem esbanja talento e muda suas características físicas, moldando um Pablo Escobar que se torna quase animalesco no decorrer da trama, tendo sempre ao seu lado a belíssima Penélope Cruz, que interpreta a jornalista e narradora da história Virgínia Vallejo, que transforma-se nos olhos e ouvidos do espectador. Outros do elenco são Peter Sarsgaard, que só faz caras e bocas e Julieth Restrepo, ambos subaproveitados.
Outros dois fatos que me incomodaram bastante foram a montagem, que faz escolhas equivocadas em determinadas situações – tive que supor o que estava acontecendo em pelo menos duas sequências e o fator do idioma. Por que falarem em inglês se todos são colombianos e estão na Colômbia? Me senti assistindo a uma novela da Globo, onde em apenas alguns diálogos pontuais certas referências são utilizadas.
Escobar: A Traição ganha uma sobrevida no terceiro ato, onde a violência brutal e os belos ângulos trazem a imersão de volta com densidade e realismo. Mas os créditos sobem e fica a sensação de que seria melhor se focassem em apenas uma parte da vida do narcotraficante, pois do jeito que está, é apenas uma obra que será esquecida rapidamente, já que os dois seriados citados no primeiro parágrafo condensaram com mais competência este período daquele país.
Por Éder de Oliveira
Jornalista e criador do site www.cinemaepipoca.com.br
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