Ilha das Cobras: muito mais do que um ponto misterioso no horizonte, a Ilha da Queimada Grande – também conhecida como Ilha das Cobras – é uma joia da biodiversidade brasileira envolta em histórias de naufrágios, lendas, incêndios e espécies únicas no mundo. Localizada no litoral sul de São Paulo, entre Peruíbe e Itanhaém, a ilha é considerada uma das mais perigosas do planeta por abrigar uma das serpentes mais venenosas do mundo: a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis).
A seguir, conheça 7 fatos curiosos sobre a Ilha da Queimada Grande e descubra por que esse local chama tanto a atenção de cientistas, mergulhadores e caçadores de tesouros.
1. Existem duas “Ilhas das Cobras” no Brasil
Apesar do apelido popular, a Ilha da Queimada Grande não é a única “Ilha das Cobras” do país. O nome oficial é Queimada Grande, e ela fica a cerca de 35 km da costa paulista. Já a Ilha das Cobras “oficial” está localizada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e abriga instalações da Marinha do Brasil. A confusão é comum, mas só a ilha de São Paulo é famosa pela alta concentração de serpentes por metro quadrado.
2. O nome “Queimada Grande” tem origem em incêndios reais
No passado, pescadores e moradores da região ateavam fogo na vegetação da ilha com o objetivo de afugentar as cobras. Essas queimadas, muitas vezes provocadas até por agentes do Estado, podiam ser vistas do continente, o que acabou batizando o local como “Queimada Grande”.
3. A jararaca-ilhoa é um exemplo vivo da evolução de Darwin
A jararaca-ilhoa evoluiu a partir de serpentes continentais que ficaram isoladas na ilha após o fim da última era glacial, há cerca de 11 mil anos. Por viver em um ambiente sem roedores e com maior presença de aves, a espécie desenvolveu um corpo mais esguio, cauda longa e cabeça maior – adaptações ideais para caçar passarinhos nas copas das árvores. É um exemplo prático da seleção natural proposta por Charles Darwin.
4. A ilha abriga outras espécies únicas e misteriosas
Além da jararaca-ilhoa, a Queimada Grande abriga o sapo Scinax peixotoi, uma espécie endêmica encontrada em bromélias, com menos de 3 cm de comprimento. Há também espécies como a dormideira (Dipsas albifrons), barata silvestre (Hormetica laevigata) e o belíssimo gafanhoto-azul (Meroncidius sp.), além de aves como o atobá-pardo (Sula leucogaster).
5. Uma barreira de coral surpreendente – Ilha das Cobras
Um recife de coral com cerca de 75 mil m² foi descoberto recentemente a 12 metros de profundidade, ao redor da ilha. Ele é considerado o recife de coral mais ao sul do Oceano Atlântico. A estrutura é composta por uma única espécie de coral – o Madracis decactis –, o que a torna ainda mais singular do ponto de vista científico.
6. Rota de naufrágios: história e mistério sob as águas
A região da Ilha da Queimada Grande é marcada por naufrágios. Três navios naufragaram próximos à ilha: o vapor Rio Negro (1893), o vapor Tocantins (1933) e o vapor Araponga (1943). Mais recentemente, em 2019, um barco com seis pescadores naufragou próximo à ilha. Quatro sobreviveram após nadar até as pedras e sobreviver por três dias comendo bananas verdes.
7. A lenda do tesouro escondido
Uma das lendas mais populares sobre a ilha afirma que serpentes teriam sido colocadas ali propositalmente para proteger um tesouro escondido por piratas ou exploradores europeus. O boato ganhou notoriedade após a série do Discovery Channel lançada em 2015. No entanto, a ação de biopiratas interessados na jararaca-ilhoa já causou grandes impactos na população da espécie, atualmente em risco crítico de extinção.
Por que a Ilha da Queimada Grande é protegida?
Por abrigar espécies endêmicas e ameaçadas, a Ilha da Queimada Grande é classificada como Unidade de Conservação Federal e está sob responsabilidade do ICMBio. A visitação é proibida ao público em geral, sendo permitida apenas para pesquisadores autorizados.
A preservação do ecossistema da ilha é fundamental para a ciência, a biodiversidade e também para a segurança de quem vive no continente.
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