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Ebola tem taxa de mortalidade de até 90%

Novo surto da doença chama a atenção das autoridades sanitárias em todo o mundo

São Paulo, agosto de 2014 – A descoberta de novos casos de ebola deixou o mundo em estado de alerta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), de março a agosto deste ano, já foram notificados 1.711 casos da doença. Até o momento, 932 pessoas vieram a óbito. Este é o maior surto de ebola já documentado e o primeiro que ocorre na África Ocidental, com casos já confirmados na Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.

“A ebola é caracterizada pelo aparecimento súbito de febre e mal-estar, acompanhado de outros sinais e sintomas inespecíficos, como dores musculares e de cabeça, vômito e diarreia. Pacientes com formas graves da doença podem desenvolver sintomas hemorrágicos e disfunção de múltiplos órgãos, incluindo dano hepático, insuficiência renal e comprometimento do sistema nervoso central, levando ao choque e à morte. A ebola é uma doença grave e tem uma taxa de mortalidade que varia de 40% a 90%”, revela o infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, José Ribamar Branco.

De acordo com o especialista, o vírus da ebola não é transmitido por via respiratória, como a gripe, e não contamina a água e os alimentos. “O contágio acontece pelo contato direto com o sangue, fluidos corporais e tecidos de animais ou pessoas infectados. Mesmo após o falecimento do doente, a contaminação ainda é possível, pois o vírus sobrevive até dois dias fora do hospedeiro”, alerta.

Embora seja uma doença grave, ainda não há um tratamento específico para a ebola. “Não foi desenvolvida uma vacina para prevenção da doença e, após o contágio, não é possível combater o vírus com medicamentos. A única maneira de evitar uma infecção e uma epidemia são medidas preventivas, como melhores condições de higiene pessoal e do ambiente, uso de luvas no cuidado com a pessoa infectada e a quarentena”, explica.

Para evitar que a doença se espalhe para outros países e continentes, autoridades da vigilância sanitária fazem a identificação de pacientes suspeitos que deverão ser colocados em quarentena, nas fronteiras. Nenhum caso foi confirmado no Brasil, até o momento.

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