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Cobra Kai é apenas mais uma série nostálgica?

Cobra Kai teve uma trajetória interessante desde seu ‘nascimento’. Começou sendo produzida pelo YouTube Red e, atualmente, ganhou força e prestígio com o selo Netflix. Já são três temporadas e 30 episódios (sendo que o sinal verde para a sequência já está confirmada).

            Muito mais do que apenas um programa nostálgico, o roteiro dá uma gama abrangente para dialogar com a geração antiga – que acompanhou a trilogia de Daniel San – e com os mais novos. Um exemplo disso são as linhas narrativas, pois mesmo que se entrelacem, têm características e até ritmos próprios.

            E a química entre Ralph Macchio, interprete de Daniel LaRusso e Frank Zabka, que vive John Lawrence, permanece irretocável. Tirando as devidas proporções e parafraseando o Coringa de Heath Ledger, são ‘inimigos’ que se complementam.

            Falando nisso, os responsáveis tiveram o cuidado de criar (ou manter) situações e personalidades que nos façam entender que ninguém é totalmente bom ou ruim e todos internalizam traumas e alegrias que estão refletidos em suas atitudes.

            É óbvio que Cobra Kai tem suas limitações, exageros e facilitações. Especialmente na Terceira Temporada, onde ação e consequência são levadas ao extremo – aquela sequência de Daniel no Japão mostra o quanto podem forçar a barra nas ‘coincidências’.

O ELENCO JOVEM

            Miguel, Samantha e Robby são os pilares deste elenco jovem. Mas há um desbalanceamento por aqui, pois, Xolo Maridueña, interprete de Miguel, é cativante e equilibra humor com momentos dramáticos com naturalidade.

            Já Mary Mouser e Tanner Buchanan (vivendo os outros dois personagens citados, respectivamente), não extraem ou constroem a relevância necessária. A insistência de um triângulo amoroso também poderá incomodar.

            Atente-se para nomes como Jacob Bertrand (Falcão), Gianni DeCenzo (Demetri) e Nichole Brown (Aisha).

SENHOR MIYAGI

            Se deram um espaço para os retornos de John Kreese, interpretado pelo veterano Martin Kove, e para Eli, a estonteante Elisabeth Shue (que cena magnífica a deles no restaurante!), o Senhor Miyagi precisaria ser representado de alguma forma.

            Pat Morita, ator que até foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em Karatê Kid – A Hora da Verdade, faleceu em 2005, mas a aura do velhinho que ensina artes marciais para Daniel LaRusso está lá desde os primeiros minutos.

            Portanto, Cobra Kai é mais que nostalgia barata e prova que, se tiverem respeito e coerência, até as franquias que já nem precisariam de continuações ou prequels terão sua dose de evolução.

Por Éder Pessôa

Redator Freelancer

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