No dia Nacional do Ciclista, as homenagens vão para os que morrem atropelados diariamente
Hoje é comemorado o dia Nacional do Ciclista. A data destina-se a homenagear o ciclista e biólogo Pedro Davison, que faleceu em 19 de agosto de 2006 após ser atropelado por um automóvel no Eixo Sul, em Brasília.
A cada seis horas, um ciclista perde a vida em algum acidente de trânsito no Brasil. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, entre 2001 e 2019 foram registrados 33.782 óbitos de ciclistas em todo o país.
O estado de São Paulo (6.013) lidera a lista de ciclista mortos durante o período.
Para transporte de curtas e longas distâncias, o uso de bicicletas tem crescido cada vez mais no país. Segundo dados da associação de fabricantes de bicicletas, ciclomotores e similares, a Abraciclo, a frota nacional de bicicletas é estimada em mais de 70 milhões de unidades.
Com a pandemia do novo coronavírus houve uma explosão na procura por bicicletas, em algumas “bikes stores” (Lojas especializadas) as encomendas estão para 60 dias e ainda há lista de espera, tudo indica que em breve o país terá 100 milhões de unidades.
De acordo com o ativista social e membro da Associação Brasileira de Ciclismo (UCB), Valter Barros muitas mortes poderiam ser evitadas. “O cidadão não sabe as regras. Muitas vezes, tem medo de andar na rua e vai pedalar em cima da calçada ou na contramão. Isso é mais perigoso e arriscado para ele e para os demais”, acrescenta. Na visão de Barros, falta desenvolver “percepção de risco” no trânsito da cidade – e não só para bicicletas. “Enquanto o ciclista iniciante não perceber que corre perigo, não vai mudar, outra questão é o desprezo das autoridades com a infraestrutura cicloviária (Ciclovias, ciclofaixas, bicicletários) e especialmente a educação dos motoristas de veículos automotores.”
Os estados com mais mortes de ciclistas (dados de 2001 a 2019)
São Paulo: 6.013
Paraná: 3.518
Minas Gerais: 2.904
Santa Catarina: 2.603
Rio de Janeiro: 2.352
(Fonte: Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde)
