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Hortolândia começa a testar ônibus elétrico, em linha do Jd. Amanda

Veículo entrou em fase de teste nesta segunda-feira (06/03); nova tecnologia, que é menos poluente, mais silenciosa e econômica, surpreendeu usuários

Surpresa. Foi este o sentimento que marcou o primeiro dia de funcionamento, em caráter experimental, do ônibus elétrico, em Hortolândia. Usuários da linha 3.32, que aguardavam no Terminal Metropolitano, na tarde desta segunda-feira (06/02), para ir até o Centro ou chegar ao Jd. Amanda, perceberam as primeiras diferenças somente na hora de entrar no veículo. No lugar do esperado “vermelhinho” movido a diesel, da Viação Lira, um veículo prata com adesivos verdes indicando ”100% elétrico”.

Por iniciativa da Prefeitura, a nova tecnologia, considerada ambientalmente mais correta, silenciosa e econômica que a tradicional, será testada pelos próximos 60 dias, em todas as 18 linhas em operação na frota municipal. O modelo K9, fornecido pela empresa chinesa BYD, é semelhante ao que se vê em circulação em Campinas.

Nos primeiros dias da experiência, o veículo circulará na linha 3.32, juntamente com os outros três movidos a diesel. Neste período, os agentes da Mobilidade Urbana verificarão o desempenho do ônibus elétrico com relação a dois parâmetros: se o coletivo, que tem piso baixo, ajustado ao nível da calçada, conseguirá trafegar sem problema pela malha viária da cidade e se o consumo de combustível, nestas condições, será mais barato que o atual, que é feito a diesel.

Expectativas

“Como achei que este ônibus era exclusivo, fretado, quase não entrei nele. Ele tem um visual bem diferente do convencional”, revelou a secretária Thaís Hellen Gomes da Silva, de 19 anos, que participou da primeira viagem do elétrico no percurso bairro-centro. “É bom para o meio ambiente, é mais silencioso, dá até para conversar, mas o calor é igual ao do outro. Como é a primeira viagem, percebo que fará o percurso num tempo maior, em uns 50 minutos. Vamos ver também se os motoristas vão continuar atenciosos e se vão arrumar as ruas para ele passar”, sugeriu a jovem.

Para a dona de casa Maria Aparecida dos Santos, de 59 anos, moradora do Jd. Nova Europa, que toma a linha 3.32 para ir de um bairro a outro, não há comparação. “Com certeza fico com este! É muito melhor, não faz barulho nem para avisar a parada. O ‘vermelhinho’ é velho, barulhento e dá muito soco ao andar”, comenta. No entanto, sugere que os veículos passem com mais frequência para atender à demanda com mais rapidez.

A operadora de monitoramento Marlene dos Santos Ferreira, de 40 anos, que também saiu do bairro em direção às imediações do Shopping Hortolândia percebeu diferenças relevantes no novo modelo. “É mais sutil, a gente sente mais a pista. Se ficar nesta velocidade assim, será pior. A não ser que haja uma flexibilidade, mais carros circulando”, opina.

Entre os passageiros que tomaram o elétrico no Terminal, na primeira viagem rumo ao bairro, estavam a aposentada Maria de Fátima Gomes, de 47 anos, e a mãe dela, Maria de Lourdes Gomes, de 73 anos, moradoras do Jd. Amanda II, que também se surpreenderam com o veículo-teste. “É bem mais fácil de embarcar. Acredito que também será melhor para descer”, comentaram, avaliando o percurso.

Quem não tem nenhuma dúvida quanto à melhor tecnologia a utilizar é o motorista Fábio Luiz Carvalho, de 40 anos, funcionário da Viação Lira há 4 anos e profissional indicado pela empresa para testar o elétrico. “É muito bom. Muda tudo. É mais confortável para nós. A força do carro não tem comparação com a do outro, a gente fica menos cansado para dirigir. Em mais duas ou três viagens já estarei bem adaptado”, comentou animado, apontando os cuidados a tomar no trajeto, em especial com buracos e valetas.

Menos poluente e mais silencioso

Segundo informações passadas pela BYD à Prefeitura, o ônibus elétrico, uma vez carregado por cerca de 3 a 4 horas/dia, tem autonomia para circular por 250 km, o que supera o percurso de ida e volta do município até a capital paulista. Capaz de transportar 73 pessoas, 23 sentadas e 50 em pé, além do motorista, o ônibus-teste funciona com baterias de ferro recarregáveis, não produz fumaça e quase não emite som, assemelhando-se bastante ao metrô (trem metropolitano).

O protótipo não utiliza cabos nem fiação aérea, sendo considerado mais seguro, porque as baterias não pegam fogo nem o equipamento oferece risco de choque aos usuários. Em termos operacionais, chega a gerar uma economia acima de 50%, se comparado ao modelo a diesel. Testado em algumas cidades brasileiras, atualmente o ônibus elétrico já integra a frota urbana de Campinas, com 11 unidades.

Segundo o secretário de Mobilidade urbano Atílio André Pereira, “além de ecologicamente mais correto, o ônibus elétrico está de acordo como conceito de sustentabilidade e costuma ser mais barato que o modelo em operação, a diesel.” Embora a adoção da nova tecnologia não represente de imediato redução no preço da tarifa para o consumidor final, são apontados como pontos positivos o fato de o veículo elétrico ser mais silencioso e incluir pessoas com dificuldade de locomoção, uma vez que tem piso baixo, ao nível da calçada.

Atualmente, o valor da tarifa do ônibus urbano (inclusive do ônibus elétrico em teste) é R$ 3,50 na catraca. Quem possui o cartão Transporte Social, paga R$ 1,00 (estudantes) e R$ 2,00 (demais passageiros).

Reestruturação e modernização da frota municipal

Aprimorar a mobilidade urbana em Hortolândia é uma das prioridades do prefeito Angelo Perugini. Ao assumir a Prefeitura, em janeiro deste ano, Perugini anunciou que reestruturará o sistema de transporte municipal, para que este seja mais ágil e eficiente, ofereça mais ônibus e novas linhas. O estudo para implantação do ônibus elétrico é uma das metas da nova gestão. Caso aprovada a nova tecnologia, a ideia é que 100% da frota municipal seja de ônibus elétricos.

Em Hortolândia, 9 mil pessoas utilizam o serviço de transporte coletivo urbano. Atualmente, há 18 linhas em funcionamento e 35 ônibus para atender a população. A meta do secretário Atílio André Pereira é pelo menos dobrar o número de veículos em circulação na atual gestão.

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