007 CONTRA SPECTRE
Quando Daniel Craig foi escolhido para o papel de James Bond, muita gente torceu o nariz, mas tudo isso foi por água abaixo quando ‘Cassino Royale’ chegou. Bond não era mais representado como uma caricatura de herói – como ocorreu com Pierce Brosnan –, mas tinha totais influências de Jason Bourne e Jack Bauer.
‘007 contra Spectre’ é um misto destes dois mundos, pois há momentos de pura megalomania e outros de uma crueza impressionante. Como produtor executivo, dá para notar que Daniel Craig tem mais liberdade para opinar em determinadas cenas e no rumo em que o personagem tomará, mas, ainda assim, Sam Mendes prova ser um diretor com pulso filme e muita qualidade.
As duas horas e meia no corte final cansam o espectador, sem contar que o roteiro acaba não tendo tanta força quanto ‘Skyfall’ (a agência passando por uma crise e os espiões sendo deixados de lado, são plotes fracos e já vistos em toda saga ‘Missão Impossível’) e um vilão sonolento, uma pena, pois a excelência de Christopher Waltz é notável, vide Bastardos Inglórios e Djando Livre.
Além disso, as bond-girls vistas aqui, são as menos inspiradas dessa nova fase, pois Monica Bellucci some tão rápido e inexplicavelmente quanto aparece e a lindíssima Léa Seydoux demora a engrenar.
Após matar Marco Sciarra, no México, sem a autorização de M, Bond é suspenso temporariamente e ainda ‘ganha’ um localizador que faz com que o governo saiba onde está. O agente consegue, por meio de alguns conhecidos, burlar o sistema e ir em busca do principal nome de uma organização chamada Spectre.
Por fim, é notável perceber que Hinx, vivido pelo monossilábico Dave Bautista e claramente inspirado em Jaws, de ‘007 contra o Foguete da Morte’, é bem mais amedrontador que o próprio chefão da corporação Spectre. Do jeito que está, ‘007 contra Spectre’ é apenas uma boa diversão que foi vendida como o grande projeto dos últimos tempos da franquia.
Éder de Oliveira
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