Como detectar as táticas de golpistas de WhatsApp?

Algumas características são frequentemente atreladas ao Brasil: país do futebol, preocupação com estética, diversidade culinária e musical… E, de modo menos lisonjeiro, o país da impunidade. Infelizmente, esse último estereótipo tem sido muito aproveitado por cibercriminosos para fazer novas vítimas. E qual é a ferramenta popularmente usada para golpes e crimes? O WhatsApp.

Continue lendo e veja como detectar e se proteger das táticas de golpistas no WhatsApp.

WhatsApp como principal app de mensagens no Brasil

Já faz alguns anos que o WhatsApp é o aplicativo de mensagens mais usado por brasileiros. Em 2023, essa tendência se confirmou novamente. Apesar de ter menos usuários em números absolutos do que a Índia e a Indonésia, proporcionalmente à população, o Brasil é o país que mais usa o aplicativo – e com grande frequência.

Ele é indispensável, por exemplo, para empresas: 95% dos negócios nacionais usam o WhatsApp, de acordo com dados da International Data Corporation em 2023. Qual bandido virtual não se interessaria por invadir ou ao menos interceptar esse fluxo formidável de negociações e transações financeiras?

A triste realidade é que os crimes estão se tornando cada vez mais sofisticados e o Brasil firmou-se em 2022 como o maior alvo, dentre todos os países, de golpes com links falsos no WhatsApp.

Principais táticas de golpes no WhatsAppA maior parte dos golpes envolvendo o envio de links maliciosos é caracterizada como golpes de phishing. Nesses casos, clicar no link é a pior coisa a se fazer, com consequências variáveis e perigosas: desde a infecção do dispositivo com um vírus até o roubo de dados pessoais e credenciais bancárias.

O roubo de identidade pode levar à contratação de empréstimos e dívidas em nome da vítima ou à propagação do golpe por sua rede de contatos, por exemplo.

Golpes de phishing assumem incontáveis formas. Alguns dos mais populares são:

Urgência bancária ou civil

A isca é uma mensagem supostamente urgente do gerente de banco ou do governo federal. O pretexto pode ser vago (“entre em contato pelo link para solucionar um problema em sua conta”) ou mais específico, como a falsa informação de que você deve clicar em um link para resgatar um benefício governamental prestes a vencer.

Jamais clique nos links nessas situações. Para conferir eventuais passivos ou urgências de banco ou do governo federal, dirija-se aos respectivos canais oficiais de comunicação. Você precisará de apenas alguns segundos digitando o endereço no seu navegador ou buscando no Google.

A oferta imperdível

“Existe um desconto de 50% para quem clicar no link – mas ele é válido apenas até o final do dia!”: esse é o tipo de mensagem que muitos golpistas enviam, fazendo-se passar por grandes marcas de comércio digital e, às vezes, por pessoas conhecidas, com contas clonadas.

Para funcionar, esse tipo de golpe usa o senso de urgência em conjunto com a ganância e o oportunismo da vítima. Diante disso, jamais abra o link, mesmo que venha de uma pessoa de confiança. Caso realmente se interesse pela oferta, acesse o site da marca e confira se existe uma promoção.

Oportunidade de trabalho

Se o golpe da oferta apelava ao oportunismo, a fraude da oferta de trabalho fisga pela vulnerabilidade: um número desconhecido entra em contato oferecendo uma oferta de trabalho – algo que muitas pessoas sentem que não podem se dar ao luxo de recusar.

O golpe pode assumir versões variadas. Uma delas promete uma boa renda (às vezes em dólar) por um trabalho remoto simples, como comentar e curtir vídeos de TikTok, por exemplo. Ao clicar no link, a vítima é redirecionada para um destino virtual que expõe seus dados ao criminoso.

Em outra variação do golpe, o trabalho pode efetivamente começar e ser pago, mas o “contratante” exige o investimento de algum valor em dinheiro para novas retiradas de remuneração – até que a “fonte seque” e a vítima saia no prejuízo.

Iscas técnicas

Por fim, há os golpes que exploram a falta de conhecimento técnico de suas vítimas. Uma conta de WhatsApp imitando alguma empresa de tecnologia (muitas vezes, a representação do próprio WhatsApp) envia mensagens expondo um problema técnico a ser resolvido ou uma nova função a ser explorada. Como você deve ter adivinhado, a maneira de fazer isso é através do envio de um link malicioso para a vítima clicar.

Mais uma vez, jamais clique no link. Pesquise a respeito da função ou do problema na internet. Busque o canal oficial de comunicação da marca. Não responda o número desconhecido, mesmo que ele tenha uma foto da marca no contato.

Reforçando hábitos de segurança

Ter consciência das principais táticas de golpistas e tomar as devidas precauções é o primeiro passo para a prevenção de problemas. Além disso, cada indivíduo deve zelar ativamente por sua cibersegurança de outras maneiras.

Aprender como usar uma VPN e bons antivírus, por exemplo, é fundamental tanto para a proteção de dispositivos quanto para a privacidade virtual. Alguns programas combinam ferramentas de segurança tanto de VPN quanto de antivírus, adicionando bloqueadores de rastreadores e anúncios.

Essa combinação de funções pode ser útil para fazer varreduras periódicas em busca de vírus e vulnerabilidades, mas também para evitar interceptações virtuais e diminuir a quantidade de informações de navegação deixadas para trás – a chamada “pegada digital”.

Outro bom hábito para reduzir a pegada digital é evitar compartilhar dados pessoais na internet. Algo especialmente tentador nas redes sociais, dividir o cotidiano requer cuidados, como evitar publicar imagens ou informações que revelem o endereço, dados pessoais e financeiros ou mesmo a identidade de membros da família em perfis amplamente abertos nas redes.

Criminosos profissionais não vão desperdiçar oportunidades de usar esses dados para chantagear, ameaçar ou armar golpes.

O que a vítima de um golpe deve fazer?

A seguir, confira algumas medidas que devem ser tomadas caso a pessoa se torne vítima de um golpe no aplicativo de mensagens:

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