Nossa Cidade

Funcionários da Mabe fazem greve por PLR maior

Funcionários da Mabe fazem greve por PLR maior

Os trabalhadores da multinacional Mabe, que fabrica produtos de linha branca das marcas GE, Dako e Continental, em Hortolândia, estão em greve desde a última segunda-feira (06/01). Desta vez, eles reivindicam um aumento no valor do PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A empresa pagou R$1.400 em agosto do ano passado e ficou acordado que pagaria o restante em dezembro – o que não ocorreu.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, em dezembro, a empresa alegou ao Sindicato que não tinha condições de pagar a próxima parcela. O órgão não aceitou e então a empresa voltou a ofertar o pagamento de mais uma parcela de R$1.400 em janeiro. No entanto, os trabalhadores reprovaram a proposta. O estado de greve foi acordado antes das férias coletivas.

A frustração dos trabalhadores é que no ano retrasado eles receberam R$3.600 mil de PLR e com a diminuição do valor neste ano eles estariam regredindo nas negociações trabalhistas.

“Este valor apresentado pela empresa é muito inferior ao ano passado, nós não podemos abrir mão de uma conquista desta forma. A empresa já tirou outros benefícios e com a desculpa da recuperação judicial, eles querem tirar mais direitos”, disse um dos trabalhadores, identificado apenas como José Roberto.

De acordo com o sindicato, no ano passado, a empresa produziu cerca de 400 mil refrigeradores, o que possibilitaria a manutenção do pagamento dos R$3.600 de PLR.

Nós iremos continuar com a greve até que a empresa volte atrás. O complicado é que muitos trabalhadores não aderiram e outros que estão de greve não ficam aqui na porta para reivindicar e acham que estão de férias. É preciso mais união, pois a reivindicação é necessária”, comentou outro grevista, José Milton.

A assessoria de imprensa da empresa informou, por meio de nota, que “em 2013, pediu recuperação judicial a fim de sanar todas as suas obrigações perante seus credores, colaboradores e clientes. Independentemente do cenário apresentado, a empresa sempre negociou com seus colaboradores o pagamento do PPR – Programa de Participação nos Resultados. Para o ano de 2013, como era de se esperar, o valor proposto foi inferior ao de 2012, pois está vinculado ao resultado da empresa, que se apresentou deficitário em relação ao obtido no ano anterior. Dessa forma, a Mabe não se recusou a efetuar o pagamento do PPR, mas apenas o propôs de acordo com a situação atual. Porém, o valor de 2013 não foi aceito pelos colaboradores, os quais optaram por iniciar uma greve”, diz nota.

A empresa ainda lamentou não ter condições financeiras para alcançar o valor proposto pelo Sindicato e informou que tomará as medidas cabíveis a fim de garantir a manutenção de sua produção e os respectivos empregos de seus colaboradores.

Crise na Mabe

No ano passado, a Mabe vinha parando a produção por falta de matéria prima. Em maio, os trabalhadores de Hortolândia e Campinas receberam férias coletivas por três semanas. Além disso, os 1.300 funcionários da unidade de Itu foram despedidos.

A empresa fez um pedido de Recuperação Judicial, com pretensão de negociar todas as dívidas com fornecedores e trabalhistas, adquiridas antes do dia 3 de maio. No dia 9 de maio, o pedido foi aceito pela 2ª Vara Cível de Hortolândia (SP).

O Plano Judicial prevê que além das demissões, a revisão de políticas de benefícios e direito dos trabalhadores que permanecerem na empresa, que inclui o corte de itens como cesta básica, PLR (Participação nos Lucros), diminuição de adicional noturno de 50% para 20% e substituição da hora-extra para banco de horas. Além disso, os funcionários que fossem demitidos teriam seus vencimentos pagos em parcelas.

A proposta também prevê que a empresa tenha regalias no pagamento de fornecedores. O processo só falta ser homologado para ser colocado em prática.

Com 18 fábricas, a Mabe fatura US$ 3,8 bilhões ao ano e emprega 20 mil colaboradores diretos. No Brasil, é detentora das marcas GE, Continental e Dako e emprega, até então, mais de quatro mil colaboradores.

Fonte: Pagina Popular



Lei Proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização previa do Portal Hortolandia . Lei nº 9610/98

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo