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Supremacia quântica: entenda como tem crescido o número de computadores de alta eficiência

Resultados em segundos são o foco das supermáquinas

Um novo computador quântico em posse da Google, apelidado de Sycamore, teria efetuado um cálculo previsto de 10 mil anos, em apenas 200 segundos. Essa informação espantosa gerou curiosidade sobre o futuro das máquinas.

Longe de tomarem o lugar dos computadores comuns, essas calculadoras poderosas podem ser ferramentas essenciais em pesquisas e no surgimento de novas tecnologias.

Como funcionam

Os computadores e demais aparelhos portáteis que usamos no dia a dia funcionam através de bits. Esse sistema processa dados a partir do 0 (falso) e 1 (verdadeiro). É a chamada lógica binária.

Dentro desse sistema, uma infinidade de combinações entre 0 e 1 são lidas, gerando assim imagens, músicas e arquivos no geral, permitindo que o mundo digital exista.

Os chamados computadores quânticos — como o próprio nome sugere — funcionam em uma lógica de qubits. Assim como na física, o “quântico” indica a múltipla combinação de variados elementos, gerando novas possibilidades.

Enquanto o bit funciona com impulsos eletrônicos, o qubit funciona com base em partículas como fótons e elétrons. Basicamente, ele ignora toda a limitação dos sistemas atuais e consegue processar uma quantidade inimaginável de dados simultâneos.

Nesse processo, um computador desse nível consegue realizar uma tarefa extremamente completa em pouquíssimo tempo. Isso significa um desempenho acima do normal.

Aplicações

Apenas empresas de tecnologia avançada têm o poder de desenvolver esse tipo de processador. Os testes realizados fazem parte de pesquisas a respeito de novas maneiras de processar e armazenar dados.

Para se ter uma ideia, por dia, são gerados cerca de 2.5 quintilhões de bytes. Isso tudo é armazenado em servidores que ocupam espaço físico, consomem energia e requerem manutenção constante.

Uma das possíveis aplicações no futuro, seria poder processar a mesma quantidade de dados com menos máquinas, provavelmente auxiliadas por inteligências artificiais.

O setor automobilístico já utiliza versões mais simples desses computadores, realizando simulações que permitem otimizar a produção de baterias. Na aviação, empresas os utilizam para calcular rotas de acordo com a quantidade de combustível dos aviões.

Embora já presentes na nossa realidade, os computadores quânticos ainda atendem a funções bastante específicas, são bastante frágeis em relação a erros de cálculo e requerem estudos a longo prazo.

Diferentemente dos sistemas binários, os quânticos usam partículas orgânicas, e se não operados de maneira adequada, podem facilmente sofrer alterações de execução.

Uso polêmico

Como já dito anteriormente, esses computadores pertencem a empresas líderes do setor de tecnologia e órgãos governamentais. Embora estejam muito longe de serem parte da realidade das pessoas comuns, eles preocupam devido a alguns pontos.

Um deles é a questão da privacidade. Um assunto bastante discutido hoje em dia é a segurança dos dados e informações particulares que circulam a todo momento nas redes.

Segredos de Estado e informações pessoais estariam ameaçados em escala global, caso alguma pessoa mal-intencionada tivesse acesso a esses sistemas. Ainda é cedo para dizer que algo assim seria possível, mas segurança e prevenção têm que existir desde já.

O oposto da história também pode acontecer, no qual esses computadores seriam usados para gerar criptografias mais seguras e amplas.

Por ser um tema ainda bastante recente, apenas alguns relatórios de empresas estão disponíveis para consulta pública. O domínio das máquinas pode ser positivo se discutido e desenvolvido em diálogo com a sociedade.

Como estamos presenciando um convívio cada vez maior com as tecnologias, e, muitas vezes, sendo beneficiados com elas, é necessário também que alguém enxergue por detrás das telas, afinal, também somos um corpo digital.

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