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Pacientes da saúde mental controlam ansiedade em cuidados com horta

 

Preparar a terra, escolher as sementes e plantar. Adubar, regar, proteger os brotos. Cuidar das plantas para crescerem até a hora de colher. Esta é a rotina da nova terapia do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Vida 24h, unidade da Prefeitura de Hortolândia voltada ao atendimento de adultos com transtornos mentais. A horta, criada na unidade em julho, começa a dar resultado: ao mesmo tempo em que as primeiras folhas de alface aparecem nos canteiros, os usuários demonstram envolvimento com o trabalho na horta, que auxilia no controle da ansiedade e na melhora da autoestima dos pacientes.

“A horta é uma atividade que precisa de responsabilidade. Temos uma rotina de cuidados diários, mas toda sexta-feira é o dia da oficina de horta. Neste dia da semana, os usuários mexem na terra, plantam novas sementes, arrancam os matos que não podem crescer ali. A atividade incentiva o convívio coletivo. Além disso, cada um é responsável por uma atividade: um molha, outro faz a cerca para proteger. Assim, eles se sentem importantes por ver nascer algo cuidado por eles”, destaca a terapeuta ocupacional do Caps, Carla Andréia Mendes do Nascimento. Além de alface, na horta tem pimenta, salsinha, cebolinha e ervas medicinais, como poejo, hortelã, manjericão, cidreira e erva doce.

O paciente Ademir Gutierres Xavier, de 45 anos, é um dos usuários que participa das oficinas do Caps diariamente. “Eu gosto de tudo que fazemos aqui no Caps, mas cuidar da horta é minha atividade preferida. Eu vim de Adamantina, no Mato Grosso. Lá, eu trabalhava na roça. Fico muito contente de mexer na terra aqui. Me traz alegria”, afirma.

Para a terapeuta ocupacional, os benefícios desta atividade são inúmeros. “Cuidar da horta é uma prática coletiva. Eles precisam aprender a respeitar o outro e o tempo de cada um, inclusive o tempo de crescimento das plantas. Nosso objetivo é que as plantas colhidas aqui sirvam para eles se alimentarem, quem sabe até levar para casa. As ervas medicinais, por exemplo, temos intenção de fazer chás para serem servidos no Caps aos pacientes que ficam à noite na unidade”, ressalta Carla.

Em maio deste ano, a Prefeitura de Hortolândia transformou o Caps Vida em Caps III, ou seja, agora a unidade funciona 24h oferecendo hospitalidade noturna. Durante o dia, os pacientes recebem acompanhamento psicológico e participam de oficinas diversas, desde roda de conversa, caminhada, futebol, lian gong (ginástica chinesa), até a produção de pães e bolos para venda e obtenção de renda para os pacientes e familiares. Quando anoitece, pacientes em crise permanecem no local e são acompanhados por profissionais de enfermagem para isso, a unidade conta com 8 leitos.

O Caps Vida 24h integra a Rede de Atenção Psicossocial de Hortolândia, assim como o Caps-I (Infantil) e o Caps-AD (Álcool e Drogas). As três unidades atendem de portas abertas, ou seja, não é necessário encaminhamento médico para procurar atendimento inicial. No Caps Vida há, atualmente, 476 usuários ativos. Além disso, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) também estão aptas ao atendimento de pacientes que apresentam transtornos ou sofrimento psicossocial de modo integrado com os Caps. Esta integração entre os serviços tem o objetivo de colocar o paciente no centro da atenção, somar esforços e conhecimento entre as equipes para atender mais e melhor. 

Saúde em transformação

A Prefeitura de Hortolândia têm investido na reestruturação da rede pública de saúde da cidade, e as ações já apresentam resultado na qualidade do atendimento prestado aos munícipes. Entre as principais intervenções de transformação da saúde municipal está a reforma e ampliação do Hospital Municipal, reforma e implantação de novas UBSs, abertura de farmácias em todas as unidades de saúde, entre outras medidas.

Este artigo foi enviado pela Prefeitura de Hortolandia

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