Brasil

Práticas renovadas na Universidade

Observamos que a Universidade Pública está abalada. Por um lado, apesar do difícil momento financeiro ora vivenciado pelas universidades estaduais paulistas, elas vêm obtendo uma maior visibilidade internacional, o que gera um conhecimento e reconhecimento maior de seu trabalho pela comunidade científica em escala mundial.

No entanto, esse aspecto motivador esbarra na falta de um maior reconhecimento social. Grupos sociais a questionam por estarem descontentes e insatisfeitos com sua atual configuração e cumprimento social. Buscam, portanto, reinterpretar a sua “missão”, objetivos e metas idealizados no século passado, os quais entendem que não mais correspondem aos anseios da sociedade brasileira. Discute-se, portanto, uma reconfiguração organizacional em Centros de Formação Profissional e Institutos de Pesquisa Científica.

Como as universidades públicas paulistas reagem a isso?

Urge processar ações conjuntas de seus corpos docente, estudantil e técnico – administrativo que culminem numa nova mentalidade e intervenção acadêmica, científica e tecnológica do ensino de graduação e pós-graduação, da pesquisa e extensão de conhecimentos científicos.

Portanto, advogamos que o principal ponto é o da comunidade das universidades públicas paulistas se reconfigurar e, assim, investir em gestão, pesquisa e docência orientadas para que criem com os estudantes soluções superáveis dos principais problemas presentes no cotidiano social: violência humana, desequilíbrio climático, má distribuição de rendas e corrupção, consequentemente, formando nova geração potencial de jovens cientistas, pautada nos princípios de humanização, dignidade e emancipação cidadã.

Os currículos acadêmicos devem ser reorganizados para corresponder, também, às criticas demandas sociais e, portanto, imprescindível é o aprimoramento de pesquisas temáticas, contextualizadas e interdisciplinares das ciências humanas, exatas, biológicas e, especialmente, das tecnologias e suas aplicabilidades na resolução de problemas.

E, nesse sentido, acreditamos numa prática pedagógica acadêmica – científica, também, renovada, que supere o chamado ensino “reprodutivista” e, melhor, se apresente em ambientes físicos e/ou virtuais com grupos de estudantes, docentes e pesquisadores (especializados), que se reúnem coletivamente para dialogar, debater, refletir, investigar, dominar e criar teorias e produtos, objetivando mudanças em prol do bem estar social humano e globalizado.

Do que pensamos e escrevemos agora do/no mundo acadêmico é preciso concretizar, caso contrário, os grupos descontentes com a atuação, hoje, da instituição Universidade Pública, continuarão nos criticando, o que é bom. Agravante maior, ainda mais no presente momento, em que tudo parece estar perigosamente estacionado, é se acomodar e esperar a crise passar; sendo rapidamente ultrapassados pelo mundo digital!

Dagmar Aparecida Cyhthia França Hunger é diretora da Faculdade de Ciências da Unesp de Bauru
Oscar D’Ambrosio é Doutor em Educação, Artes e História da Cultura.

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