‘Pespontos na Pagina’ será lançado no próximo domingo (3º Hortolendo), em Hortolândia
“A verdade é que nós humanos, nos acostumamos com tudo. Dizem que é isso que tem permitido o nosso sucesso de sobrevivência no planeta, a capacidade adaptativa”. É mais ou menos assim, com um dos trechos de um dos seus contos, que a gaúcha Janete Viccari Barbosa delineia os seus ‘Pespontos na página’. Obra indicada pelo júri do III Prêmio Agostinho de Cultura, que será lançado no próximo domingo (26), durante o projeto Hortolendo, no CREAPE, em Hortolândia/SP.São 6 contos que retratam cenas cotidianas passadas normalmente despercebidas se não fosse os olhos atentos de quem já morou em muitos lugares, entre eles na zona rural de cidade pequena do sul do país e se inspirou em situações vistas, vividas e ouvidas para escrever sua primeira obra. “Nossa vida era tranquila, em contato com a natureza, e as relações eram, em geral, muito próximas e calorosas. Em locais como esse, desenvolve-se uma atenção aos pequenos acontecimentos cotidianos, ao escrever, esses fragmentos interagem com outras ideias, imagens que vão sendo evocadas e vão constituindo uma "história", ou seja, algo que não aconteceu de verdade, mas é plausível”, explica a escritora.
O clima frio do inverno gaúcho, os pinheiros, as coxilhas, o “tu” que dá tom e ritmo para as narrações e questionamentos, a escritora é capaz de fazer com que seu leitor sinta de forma especial cada página com todo um jogo de palavras que provocam sensações em cada conto, traduzindo a simplicidade e a leveza do cotidiano. Você já sentiu a palavra "sereno"? Janete instiga o leitor a sentir em um dos seus contos.
“Pespontos na página” participou do III Prêmio Agostinho de Cultura/2012 na categoria Neoleitor e foi indicado pelo júri à edição. Essa é a primeira vez que Janete Viccari Barbosa participa de um concurso literário, aliás, esse foi o primeiro livro escrito por ela, que é médica fisiatra, com total incentivo da também escritora Margareth Brandini Park. “Na verdade não pensei que os meus contos pudessem se destacar no concurso. Enviei os contos mais pensando no exercício, numa espécie de disciplina, me dizendo: ‘não adianta só pensar, sem escrever, nunca vais conseguir escrever outras coisas, vais continuar atolada nessas coisas não escritas.’”
Janete envolveu-se na escrita, ‘livrou-se’ de algumas ideias colocando-as no papel e foi publicada. Não tinha intenção de criticar algo ou modelo, porém adoraria que impressões pudessem ser desencadeadas em seus leitores após a leitura do livro. Em ‘Trilha Sonora’ – trecho que abre esse texto – a escritora consegue desencadear nitidamente essa impressão criticando o modelo atual, mas não tinha este objetivo especifico de inicio. “Tudo surgiu a partir da ideia da realidade como ela é experimentada subjetivamente por diferentes pessoas vivendo em épocas diferentes. Assim também surgiu a percepção de que a imersão na nossa realidade, na familiaridade e naturalização do mundo percebido, é acompanhada de uma adaptabilidade muito grande”, revela.
As ilustrações do experiente Paulo R. Masserani que fazem referência a cenas cotidianas, ao clima da região, a colagens modernas e disputam espaço por entre pespontos; todos juntos complementam as 24 páginas do livro, livro este que a cada leitura revela um nova interpretação ou uma oportunidade para o leitor também contribuir com a sua adivinhação, como prefere a escritora.
Lançamento “Pespontos na página”
26 de maio, a partir das 10hNo CREAPE, em Hortolândia/SP ('Hortolendo')Rua Bolívia, 290 - Jardim Santa Clara do Lago II
Aproveite para compartilhar clicando no botão acima!
Visite nosso site e veja todos os outros artigos disponíveis!