Durante o mês de setembro, campanhas em prol da saúde mental ganham destaque em todo o Brasil, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de prevenir o suicídio. Em Hortolândia, a Prefeitura, através do Departamento de Direitos Humanos, tem realizado diversas ações para dar visibilidade a essa causa tão urgente. As atividades fazem parte do "Setembro Amarelo", uma campanha nacional voltada para o combate ao suicídio e a promoção da saúde mental.

Na semana passada, as ações da campanha local incluíram rodas de conversa com crianças e adolescentes atendidos pela Organização da Sociedade Civil (OSC) CONTATO. Esta semana, foi a vez dos jovens inscritos no projeto social "Decola Juventude", promovido pela Secretaria de Inclusão e Desenvolvimento Social, participarem de uma palestra sobre o tema.

Conscientização sobre saúde mental: mais do que um debate, uma necessidade

Com o tema “Suicídio é apenas uma questão de saúde mental?”, os encontros têm o objetivo de criar um espaço acolhedor e informativo, onde os jovens possam aprender mais sobre os fatores de risco associados ao suicídio e, ao mesmo tempo, possam expor suas dúvidas e compartilhar suas experiências. Através dessas rodas de conversa, busca-se sensibilizar os estudantes sobre a necessidade de cuidar da saúde mental e de procurar ajuda sempre que necessário.

Além disso, os encontros também informam os jovens sobre os serviços disponíveis para quem precisa de apoio emocional. Um dos principais serviços citados é o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece suporte emocional gratuito e confidencial 24 horas por dia, pelo telefone 188. O CVV desempenha um papel fundamental na prevenção ao suicídio, sendo um canal importante para quem está passando por momentos difíceis e não sabe a quem recorrer.

A importância da saúde mental na juventude

A psicóloga e assessora do Departamento de Direitos Humanos de Hortolândia, Rebecca Albano, destaca que as escolas estão cada vez mais empenhadas em discutir temas relacionados à saúde mental. “As instituições de ensino perceberam a necessidade de abordar essas questões, especialmente ao identificarem comportamentos preocupantes entre os jovens, como a autolesão. O alto índice de suicídio entre adolescentes é outro fator que chama a atenção e precisa ser enfrentado de forma proativa”, comenta Rebecca.

Segundo a psicóloga, os encontros visam conscientizar os jovens sobre a importância de pedir ajuda e de falar sobre suas dores e vulnerabilidades, algo que nem sempre é fácil, especialmente em uma fase da vida marcada por tantas mudanças e desafios. A criação de um espaço seguro, onde os adolescentes possam se expressar sem medo de julgamentos, é essencial para prevenir crises mais graves e promover o bem-estar emocional.

Ações preventivas em escolas e comunidades

Os encontros não se limitam apenas aos alunos do "Decola Juventude". Nesta quarta-feira, dia 18 de setembro, a palestra foi ministrada para estudantes da Escola Técnica Estadual (ETEC) de Hortolândia. E no dia 27 de setembro, mais duas rodadas de palestras estão programadas para os estudantes da Escola Estadual Hedy Madalena Bocchi, com o objetivo de ampliar o alcance das discussões sobre o tema.

Essa atuação junto às escolas é de extrema importância, pois muitos jovens passam a maior parte de seu tempo nesses ambientes. É na escola que os sinais de alerta, como mudanças de comportamento, isolamento social e queda no rendimento escolar, podem ser notados com mais facilidade. Ao abordar esses temas em rodas de conversa e palestras, os educadores e profissionais de saúde ajudam a criar uma rede de apoio que pode fazer toda a diferença na vida dos estudantes.

A relevância do Setembro Amarelo e a continuidade das ações de conscientização

O Setembro Amarelo é um movimento que teve início no Brasil em 2015 e, desde então, tem promovido ações para desmistificar o suicídio e incentivar as pessoas a buscarem ajuda. A campanha acontece ao longo de todo o mês de setembro, que é considerado o Mês de Prevenção ao Suicídio, mas a conscientização sobre o tema deve ser contínua e não se limitar a um único período do ano.

Em Hortolândia, as ações da Prefeitura e de outros órgãos envolvidos na campanha buscam deixar um legado duradouro. A ideia é que os jovens participantes das rodas de conversa levem o que aprenderam para seus amigos, familiares e comunidades, ajudando a criar uma cultura de cuidado e atenção à saúde mental. Isso é especialmente relevante em tempos onde o uso excessivo das redes sociais e as pressões externas têm impactado de forma negativa a autoestima e o bem-estar emocional dos jovens.

Onde procurar ajuda

Além das palestras e rodas de conversa promovidas pela campanha em Hortolândia, é fundamental que as pessoas saibam que existem serviços disponíveis para quem precisa de ajuda. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma dessas iniciativas. Oferecendo apoio emocional através do número 188, o CVV é gratuito e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. É um espaço seguro para desabafar, conversar e encontrar acolhimento em momentos de dificuldade.