Duas pessoas foram detidas na noite desta quinta-feira (12), em Campinas (SP), durante um protesto por moradias no bairro Recanto do Sol 2. Durante duas horas, um grupo formado por ao menos 80 pessoas bloqueou a Avenida Camucin em protesto contra o aviso de reintegração de posse, já que as famílias ocupam um terreno na região há pelo menos dois meses.
Os manifestantes jogaram entulho na via e atearam fogo em pedaços de madeira e pneus, criando uma barricada. Além disso, obrigaram os passageiros de um ônibus a descerem do veículo no trajeto, segundo a Polícia Militar. "Eles retiraram a chave, mandaram descer todo mundo e o veículo ficou muito perto [do fogo], correndo o risco de uma explosão ou incêndio", explicou o tenente da PM Bruno Gabriel de Mattos. Segundo ele, a corporação tentou negociar com o grupo e uma parte deixou o local na sequência. Contudo, parte dos manifestantes teria ameaçado os policias com pedras e ferido um integrante dos Bombeiros.
Alguns dos moradores questionaram a ação da PM no ato, por causa do uso de bombas de efeito moral e balas de borracha. "Foram usados os equipamentos de distúrbios civis, algumas munições químicas que não têm efeitos nocivos às pessoas, só para dispersão. A munição de elastômero nas pessoas identificadas como agressoras, que estavam jogando pedras e tentando causar alguma lesão ou baixa no pessoal próximo", alegou o tenente da PM. No local, houve apreensão de blocos de construção e materiais queimados.
Os dois suspeitos detidos foram liberados após registro de dois boletins de ocorrência no 1º Distrito Policial, na região central. Um dos B.O.s foi de desobediência e o outro, de lesão corporal por conta do ferimento do integrante do Corpo de Bombeiros. O bombeiros foi atendido no pronto socorro com ferimentos leves.
Revolta
A dona de casa Ana Paula Gomes contou que a família está no local há dois meses e não tem outro lugar para ir, caso seja obrigada a deixar o terreno de forma imediata. Ela diz que o aviso de reintegração de posse ocorreu de forma truculenta."Estava dentro de casa e eles dando marretada, eu estava no banheiro com a criança. Tentei impedir, a população também, mas não teve jeito", lamentou. Segundo os moradores, a área pertence à Prefeitura.
Fonte: g1.com.br
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