Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, foi pelo terceiro ano consecutivo a cidade mais violenta do Estado.
No ano passado, o município teve taxa de 28,3 homicídios por 100 mil habitantes, ou quase o triplo do índice de todo o Estado -10,5.
A taxa foi calculada segundo os dados oficias da Secretaria da Segurança Pública e a população estimada pelo IBGE. Foram considerados apenas os 76 municípios com mais de 100 mil habitantes.
O índice de Caraguatatuba cresceu em relação a 2012, quando havia ficado em 27,8, o que contraria a tendência de queda registrada no Estado.
Em números absolutos, foram 31 registros de homicídio na cidade no ano passado, um aumento de 7% em relação a 2012. Um mesmo registro policial pode conter mais de uma morte.
Especialistas dizem que a violência no litoral é influenciada pela ocupação desordenada de grandes áreas.
Cubatão e Guarujá, na Baixada Santista, também figuram entre as cidades com as taxas mais altas, com 15,2 e 15, respectivamente.
No caso do litoral norte, a migração atraída pela indústria petrolífera provocou crescimento desordenado e o surgimento de bolsões de pobreza. Outra consequência, segundo policiais, foi o aumento do tráfico de drogas e as disputas entre criminosos.
Por dois anos consecutivos, Jacareí (84 km de São Paulo) ficou em segundo no ranking, com taxa de 26,9.
No outro extremo da tabela, Jaú (287 km de São Paulo) aparece com a menor taxa, 1,4 homicídio por 100 mil habitantes, índice semelhante ao de cidades desenvolvidas, como Toronto ou Londres.
INTERIOR
São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) registrou o maior aumento no número de casos de homicídio entre as cidades do Estado com população maior que 200 mil.
Foram 32 casos no ano passado, ante os 22 do ano anterior -crescimento de 54,5%.
Em todo o interior, a queda dos homicídios foi de 5%, bem abaixo do recuo registrado na capital (14%) e na Grande São Paulo (8%).
Em algumas áreas houve aumento. O maior foi na divisão de Piracicaba -que, pela organização da polícia, engloba 52 municípios. Ali, os casos de homicídio cresceram 18% no ano passado.Limeira, cidade nessa região, teve aumento de 33%.
O delegado responsável pela região, Ely Vieira de Faria, diz que o número de homicídios em Limeira não é tão grande se comparado com a população -a taxa por 100 mil habitantes fica em 8,2.
Faria diz que as cidades mais problemáticas na região são Sumaré e Hortolândia, que, embora pertençam à área de Piracicaba, sofrem influência da criminalidade da região metropolitana de Campinas.
"Mas tudo que é possível fazer para abaixar esses índices nós temos feito. Blitz, operações, apreensões de armas. Tudo", diz o policial.
FONTE: Folha de SP
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