Área que está localizada o estádio está avaliada por R$ 210 milhões. Novo leilão deve ser agendado em breve com adequação de valores mínimos
Dos males, o menor. Pelo menos por enquanto, o Brinco de Ouro continua sob posse do Guarani. A falta de um lance mínimo impediu o clube de perder seu estádio no leilão da tarde desta quarta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas. Houve apenas uma consulta, no valor de R$ 105 milhões, mas a proposta não foi aceita por ser menor do que o valor estipulado de início (R$ 147 milhões).
Isso significa que o clube mantém a posse do Brinco de Ouro, mas não impede a realização de um novo leilão. A Justiça avaliará a situação do estádio e deve agendar um novo evento em breve, com uma adequação do valor do lance mínimo (possivelmente no valor de R$ 105 milhões). O local está avaliado em R$ 210 milhões, mas a diretoria do Guarani acredita que a área equivale a, no mínimo, R$ 500 milhões.
- A gente nunca fica satisfeito com uma situação dessas, vendo o patrimônio do Guarani ir à leilão. Mas, dentro do universo de que poderíamos perder o Brinco, ficamos satisfeitos que não o perdemos - afirmou o advogado Gustavo Tavares, representante do departamento jurídico do Bugre, por telefone.
A possibilidade de perder o Brinco de Ouro é real apenas pelo acúmulo de dívidas trabalhistas nos últimos anos. Nestes processos, destaca-se o que envolve o ex-lateral Gustavo Nery, que atuou no Guarani no primeiro semestre de 2000 e cobra R$ 1,5 milhão de salários atrasados (inicialmente, a dívida era de R$ 900 mil) na Justiça. Outros ex-jogadores também cobram direitos do Bugre, sendo que os valores não chegam a 5% do valor total do terreno.
Processo de tombamento
O departamento jurídico do Guarani foi surpreendido durante o leilão por mais uma notícia que envolve o Brinco de Ouro. Na manhã desta quarta-feira, um grupo entrou com um pedido no Condephatt (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), órgão do governo do estado de São Paulo, para que o estádio fosse tombado. O pedido já havia sido feito em instância municipal, mas nunca aprovado em Campinas.
O processo, apesar de lento, pode trazer prejuízos à atual administração do Guarani, que tenta viabilizar a venda do entorno do Brinco. Segundo informações da Secretaria de Cultura, o ato do tombamento não tira a propriedade do clube, mas aumenta a burocracia caso o Bugre queira reformar o local - no projeto apresentado à Prefeitura de Campinas, o alviverde venderia 25% da área que lhe pertence para a construção de estacionamentos, prédios comerciais e empresariais.
Caso o pedido de tombamento seja, daqui alguns meses, aprovado pelo Condephatt (possibilidade considerada difícil pela própria secretaria) e o Guarani pretenda reformar o Brinco de Ouro, a diretoria terá que buscar o aval do órgão para realizar a obra. Essa possibilidade, por enquanto, ainda está no ramo da hipótese, já que o tombamento será estudado.
- Ao Condephaat cabe orientar a elaboração e aprovar os projetos de reforma e restauro, de modo que as intervenções sejam realizadas de forma adequada, sem descaracterizar o bem. Da mesma forma, o uso destinado ao bem tombado fica à critério de seu proprietário, desde que este uso não cause prejuízo ao imóvel. Vale lembrar que toda e qualquer intervenção a ser realizada em um bem tombado pelo Condephaat deve ter a prévia aprovação do Conselho - informou a Secretaria de Cultura do estado, em nota oficial.
Fonte: G1 Campinas e RegiãoFoto: Carlos Velardi / EPTV
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