Hoje (24), iremos falar sobre algumas curiosidades sobre o Dia de São João. Essa é uma das datas mais celebradas do calendário cristão e também uma das festas mais queridas do Brasil, especialmente no Nordeste. Mas, além das festas juninas cheias de bandeirinhas, quadrilhas e comidas típicas, há muitas curiosidades interessantes que fazem dessa celebração algo muito mais profundo e histórico. Vamos explorar?
Uma das tradições mais marcantes da Festa de São João é a fogueira acesa no centro das comemorações. Mas você sabia que essa prática tem origem religiosa?
Segundo a tradição cristã, Santa Isabel, mãe de João Batista, teria acendido uma fogueira no alto de uma colina para avisar sua prima Maria, mãe de Jesus, que o menino havia nascido. Desde então, a fogueira se tornou símbolo do nascimento de João Batista e foi incorporada às festas como uma homenagem.
Embora o Brasil tenha dado às festas juninas um toque único, com suas quadrilhas, comidas de milho e muito forró, essas celebrações têm origem europeia. Nos países católicos da Europa, como Portugal, Espanha e Itália, festas eram realizadas desde a Idade Média em homenagem a santos populares como São João, Santo Antônio e São Pedro, sempre ligadas ao solstício de verão no hemisfério norte.
Com a colonização, os portugueses trouxeram essas festas ao Brasil, onde elas se misturaram às tradições indígenas e africanas, dando origem à festa junina brasileira que conhecemos hoje.
A tradicional quadrilha junina é uma dança coletiva animada e divertida, mas com raízes surpreendentes. Ela tem origem nas quadrilles francesas, danças de salão que eram muito populares entre a nobreza europeia nos séculos XVIII e XIX.
No Brasil, essas danças foram adaptadas ao ambiente rural, incorporando elementos do campo e da roça, o que deu origem ao estilo atual. Os comandos da quadrilha (como “olha a cobra!”, “anavantú!”, “anarriê!”) são uma brincadeira com os termos franceses e uma forma divertida de conduzir a dança.
Você já reparou que toda decoração junina remete ao ambiente rural? Isso não é à toa. As festas juninas no Brasil ganharam força durante o período colonial e foram associadas à cultura do campo. A escolha do figurino caipira, com camisas xadrez, chapéus de palha e vestidos rodados, faz uma homenagem (com certo exagero cômico) ao estilo de vida do interior.
Essa caracterização também reforça a relação das festas com o ciclo das colheitas. Junho marca o tempo de colheita do milho, por isso tantas comidas típicas são feitas com ele: pamonha, canjica, curau, bolo de milho, entre outras delícias!
São João é também conhecido como o santo da chuva. Em regiões do sertão nordestino, onde a seca é um desafio constante, é comum encontrar orações e promessas pedindo a São João que mande chuva para fertilizar a terra.
Durante a festa, as danças, cantos e até mesmo os fogos de artifício ganham um tom de agradecimento ou de súplica. Em algumas comunidades, se acredita que quando chove no dia 24 de junho, é porque São João está feliz com as homenagens.
São João também é conhecido como um santo casamenteiro, junto com Santo Antônio. Por isso, durante as festas, muitas pessoas fazem simpatias amorosas.
Entre as mais conhecidas estão colocar o nome de possíveis pretendentes dentro de uma bacia com água e ver qual papel se abrirá primeiro (esse será o nome do futuro marido ou esposa), ou ainda colocar um copo com clara de ovo na janela durante a noite — no dia seguinte, o formato que ela formar indicaria a inicial ou profissão do futuro par.
Antigamente, era comum soltar balões de papel durante as festas de São João. Esses balões, que subiam carregando desejos e pedidos ao céu, eram lindos de ver, mas com o tempo se tornaram perigosos. Muitos causaram incêndios e, por isso, o uso de balões passou a ser proibido por lei no Brasil.
Embora o mês de junho seja conhecido como o mês de São João, ele também celebra outros santos importantes: Santo Antônio (13/06) e São Pedro (29/06). Cada um desses santos tem suas próprias festas, simpatias e significados.
Santo Antônio é o santo do amor e do casamento; São João é o do fogo, da chuva e da alegria; e São Pedro é o protetor dos pescadores e das viúvas, sendo também considerado o “porteiro do céu”.
Mais do que uma simples comemoração, o Dia de São João e as festas juninas representam um encontro entre fé, tradição e cultura popular. Elas resgatam memórias, celebram as raízes rurais brasileiras e, sobretudo, aproximam as pessoas — seja ao redor da fogueira, dançando quadrilha, ou saboreando um prato típico.
E aí, já acendeu sua fogueira? Viva São João!
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