De acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom), a taxa Selic foi elevada em 0,25 ponto percentual, alcançando 10,75% ao ano. Essa decisão visa combater a pressão inflacionária, que permanece acima da meta estipulada pelo Banco Central, tanto no cenário interno quanto no externo.

O ambiente externo segue desafiador, marcado por incertezas sobre o ritmo de desaceleração da economia dos Estados Unidos e o comportamento da inflação global. Os principais bancos centrais mantêm seus esforços para alinhar as taxas de inflação às suas metas, apesar das dificuldades geradas pelos mercados de trabalho aquecidos. O Copom avalia que esse cenário exige cautela, especialmente em economias emergentes como o Brasil.

No âmbito doméstico, os indicadores econômicos e do mercado de trabalho têm demonstrado maior dinamismo que o previsto, forçando uma revisão positiva no hiato do produto. A inflação, medida pelo IPCA, e suas variações subjacentes, ficaram acima da meta nas divulgações mais recentes, o que contribuiu para o ajuste da Selic.

As expectativas para a inflação em 2024 e 2025, conforme a pesquisa Focus, estão em torno de 4,4% e 4,0%, respectivamente. Já para o primeiro trimestre de 2026, a projeção do Copom é de 3,5%, de acordo com o cenário de referência.

O Copom destaca que há riscos assimétricos de alta para a inflação futura, incluindo a possibilidade de uma maior resistência da inflação de serviços e o impacto de políticas econômicas internas e externas sobre o câmbio. Por outro lado, a desaceleração mais intensa da economia global e os efeitos mais fortes do aperto monetário podem contribuir para uma desinflação mais rápida.

A decisão de elevar a Selic reflete o comprometimento com a convergência da inflação para o centro da meta, além de suavizar as flutuações na atividade econômica e promover o pleno emprego. O Copom também reafirma que o ritmo de ajustes futuros dependerá da dinâmica inflacionária e das expectativas econômicas.